Fóssil encontrado na Austrália pode ser ancestral da maioria dos animais
De Tilt, em São Paulo
25/03/2020 13h18
Um estudo divulgado pela revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos revelou a descoberta do que pode ter sido o ancestral da maioria dos animais que conhecemos hoje, inclusive o ser humano. Trata-se do verme chamado Ikaria wariootia, um dos bilaterianos mais antigos, que foi identificado no sul da Austrália.
A pesquisa, coordenada por uma equipe da Universidade da Califórnia, descreveu o fóssil como um organismo consistente com as previsões baseadas na filogenética animal moderna. O verme é o primeiro a apresentar parte frontal e dorsal, dois lados simétricos e orifícios conectados por entranhas.
A descoberta de Ikaria wariootia começou há cerca de 15 anos, quando pesquisadores identificaram pequenas cavidades em rochas de Nilpena, na Austrália. Mas, somente agora, com a ajuda da tecnologia, a varredura a laser tridimensional revelou a forma regular e consistente do organismo.
Os Ikaria wariootia variaram em tamanho entre 2 mm e 7 mm de comprimento e cerca de 1-2,5 mm de largura.
O estudo concluiu que o tamanho e a morfologia de Ikaria wariootia correspondem às previsões para o progenitor dos traços Helminthoidichnites fósseis - indicativos de mobilidade e deslocamento de sedimentos.
A criatura, que teria vivido há mais de 555 milhões de anos, pode ser a chave para a evolução de grande parte do reino animal. O desenvolvimento da simetria bilateral foi um passo importante na evolução da vida animal, dando aos organismos a capacidade de se movimentarem propositalmente e também de organizar seus corpos.
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