Por que a irmã de Mark Zuckerberg quer que você desligue o celular?
"Precisamos nos desconectar". A frase não chega a ser uma novidade, mas pense que ela saiu da boca de Randi Zuckerberg –sim, irmã de Mark, o dono do Facebook.
Além de irmã mais velha do criador de uma das redes sociais mais viciantes do mundo, ela foi diretora de marketing da empresa entre 2004 e 2011, até que deixou o cargo para abrir seu próprio negócio, a Zuckerberg Media. Mesmo assim, a carismática executiva de 35 anos esteve em São Paulo no último fim de semana e tratou de condenar nosso vício em smartphones.
“Todos nós amamos nossos dispositivos e nossas tecnologias, mas ninguém muda o mundo conectado ao celular 24 horas por dia”, disse.
Você não vai ter uma boa ideia se não se desconectar do seu telefone um pouco
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E existe uma fórmula mágica capaz de nos fazer desligar os aparelhos e gastar menos tempo no mundo virtual?
Temos que começar aos poucos, programar um horário para não usar os celulares e ir aumentando a partir disso
Ela ressalta que para alguma profissões isso é mais complexo –"sei que será mais difícil”--, mas será que ela já conversou sobre isso com o caçula?
Recentemente, Mark anunciou uma redução no tempo que as pessoas passaram no Facebook, o que abalou o preço de suas ações, mas não chegou a lamentar a queda. Pelo contrário, disse que era um reflexo das várias mudanças no site que buscam garantir bem-estar aos usuários.
Randi não crava que as redes sociais são ruins –ou boas. Prefere dizer que o que importa é o uso que cada um faz das plataformas, mas elogiou a mudança na política do Facebook.
Muitas das plataformas começam idealistas, com o desejo de mudar o mundo, e tem muita gente boa usando, como o Black Lives Matter. Por outro, o Estado Islâmico também se propaga por elas
Ela mesma tem apego às suas contas no Facebook, claro, Instagram, Twitter e LinkedIn, que usa para aprender mais sobre tendências de negócios, como bitcoins. "Os usuários também têm que dividir a culpa do uso que fazem”, aponta.
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As mais de um milhão de pessoas que seguem Randi no Facebook já devem ter percebido que a empresária é boa de papo e conquista por seu jeito descontraído.
“Sei que alguns aqui na plateia queriam o ‘verdadeiro’ Zuckerberg e ficaram decepcionados comigo, mas…”, brincou, logo que subiu ao palco do evento Ebulição Instantânea, que reuniu empreendedores dispostos a pagar valores acima de R$ 1.000 por três dias de palestras organizadas pelo empresário Rafa Prado.
Randi faz simulações de choro, mostra fotos de seus filhos, canta e brinca que o irmão só a chamou para trabalhar no Facebook porque queria alguém que fizesse algo “de graça”.
“Sempre quis ser cantora, cantar na Broadway. Cheguei a Harvard e fui rejeitada. Tive que traçar um novo plano de vida e até chorei para os meus pais quando comecei a ir para o marketing digital. Mas foi meu fracasso mais sortudo”, relata, ao tentar educar as pessoas para lidar com o fracasso.
Também se gaba de ter criado o Facebook Live. “Bolei o Live em um hackathon e só duas pessoas assistiram: meu pai e minha mãe”, conta. “Tentei fazer as redes de televisão colocarem programas ao vivo no Facebook e todas disseram que ninguém iria querer assistir”. Até que uma ligação de Katy Perry anunciando uma turnê fez com que o recurso explodisse e chegasse ao sucesso que é hoje.
Num dos momentos que causou maior reação da plateia, cutucou: “Um dia acordei e pensei toda feliz: ‘nossa, estamos dando voz a milhões de pessoas no Facebook’. Então, no dia seguinte à eleição de Trump, acordei e pensei novamente: ‘nossa, estamos dando voz a milhões de pessoas no Facebook…’”
Mas ela também sabe ser séria. Mais que entreter (como fez muito bem), Randi estava lá para inspirar homens e mulheres de negócios. Sua meta atual é incentivar que elas entrem nesse mundo dominado por eles – e faz questão de ressaltar que se uma garota não é inspirada até os nove anos pela tecnologia, nunca mais será.
“Por que me demiti da maior empresa do mundo? É complicado, estava em um relacionamento difícil", diz:
Cansei de ser a única mulher na sala por dez anos. Era o lado bom de ter o nome Randi: achavam que eu era homem nas reuniões que eu marcava antes de me encontrarem
A executiva conta com um programa semanal de rádio no qual só entrevista mulheres de destaque.
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