Claro, TIM e Vivo arrematam principais lotes de frequências 4G no Brasil
A Claro, TIM e Vivo arremataram, nesta terça-feira (30), os três principais lotes para operar internet 4G no Brasil. A Claro arrematou o lote 1 pagando R$ 1,947 bilhão. Pelo lote 2, a TIM pagou R$ 1,947 bilhão e a Telefônica/Vivo comprou o lote 3 por R$ 1,927 bilhão. A Algar Telecom levou o lote 5, que compreende uma região de 87 municípios de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A operadora comprou o direito de explorar a frequência de 700 MHz nessa região por R$ 29,5 milhões.
Anteriormente, a Oi afirmou que não iria participar da negociação.
No fim do leilão, apenas quatro dos seis lotes principais foram comprados pelas operadoras. Ao todo, o valor arrecadado com o leilão foi cerca de R$ 6 bilhões. O governo esperava arrecadar R$ 8,2 bilhões com a concessão de frequências.
Estavam em jogo seis lotes. Os de número 1, 2 e 3 são de cobertura nacional. Já os lotes 5 e 6 cobrem áreas específicas. O de número 5 abrange 87 municípios de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Já o de número 6 cobre as áreas de Londrina e Tamarana, ambas cidades do Paraná. Por fim, o lote 4 diz respeito ao Brasil todo, menos as áreas compreendidas nos lotes 5 e 6.
Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a vantagem da sobra de frequências é que haverá menos interferência entre o sinal 4G e o de TV digital.
As operadoras adquiriram lotes da faixa de frequência de 700 MHz, usada atualmente para transmitir sinal de TV analógico. Com esse “espaço livre”, as operadoras podem melhorar a cobertura 4G e levar sinal de internet móvel rápida para áreas rurais.
Apesar da realização do leilão neste ano, as operadoras só vão poder começar a oferecer sinal 4G nessa faixa um ano após todas as TVs pararem de transmitir o sinal de TV analógica.
Segundo o Ministério das Comunicações, o desligamento começa em 2016 e termina em 2018. Portanto, apenas em 2019 deve começar a ter a exploração comercial do 4G na faixa de 700 MHz.
“A vantagem da faixa de 700MHz é que, por ser ‘mais baixa’, as operadoras precisam de menos torres para atingir uma área maior”, explicou Eduardo Tude, da consultoria de telecomunicações Teleco. Atualmente, o 4G brasileiro funciona na faixa de 2,5 GHz.
De acordo com Tude, o crescimento do uso da banda larga móvel vai exigir que as operadoras tenham cada vez mais “pedaços” de frequência. “Numa questão de anos, elas devem precisar de todas disponíveis. O próximo passo deve ser desligar o 2G.”
Como funciona o leilão?
As propostas das operadoras Telefônica/Vivo, Tim, Claro, Algar Telecom (CTBC) foram entregues na última terça-feira (23). Estão sendo oferecidos três lotes (“pedaços de frequência”) nacionais e três regionais. O preço mínimo por um lote de abrangência nacional é de aproximadamente R$ 2 bilhões e os de abrangência regional variam entre R$ 5 milhões e R$ 1,8 bilhão.
Após a leitura das propostas, as empresas têm um tempo (cinco minutos) para expressar se querem cobrir o valor oferecido. Os vencedores terão a concessão por 15 anos e ainda devem investir em filtros para evitar que não haja interferência na faixa da TV digital.
Uma das surpresas da entrega das propostas foi a ausência da operadora Oi no leilão. A companhia informou que não participaria, pois já oferece 4G na faixa de 2,5 GHz e que seguirá investindo em sua estrutura de telecomunicações para melhorar os serviços já oferecidos.
“A Oi avaliou que para ela não é um bom negócio. Preferiu investir em sua rede, fazer um upgrade no Brasil todo em sua rede fixa e investir mais em suas estruturas 3G e 4G. Nesse quadro, não vale a pena investir em um lote frequência”, explica Tude.
Como fica meu smartphone 4G com a nova frequência?
De acordo com Eduardo Tude, da Teleco, os smartphones oferecidos no mercado brasileiro atualmente não suportam o sinal 4G de 700 MHz. No entanto, o usuário não deve se preocupar, pois apenas em 2019 as operadoras devem começar a oferecer conexões nessa faixa de frequência.
Outra dúvida comum referente ao assunto é se smartphones comprados nos Estados Unidos, que usam a frequência de 700 MHz para o 4G, funcionarão no mercado brasileiro. “As faixas são as mesmas, no entanto, a canalização do sinal adotada pelo Brasil é diferente. Logo, um aparelho norte-americano não funcionará no país”, afirmou.
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