Sol na laje e banho de caixa d'água renderam sucesso ao 'Pérolas do Orkut'

A altíssima popularidade do Orkut no Brasil deu origem, em 2007, ao site “Pérolas do Orkut”. Criada por Igor Pucci, 30, a página reunia tudo o que havia de mais esquisito na rede social do Google: de pessoas tomando banho em caixa d’água ao consagrado sol na laje, passando por diversos depoimentos íntimos geralmente aceitos sem querer.
Pucci disse ter ficado “um pouco chateado” com a notícia do fim do Orkut. “Foi a primeira grande rede social aqui no Brasil. Proporcionou muito entretenimento para quem usou e até hoje ninguém conseguiu fazer algo igual o sistema de comunidade, que funcionava como fóruns onde pessoas trocavam informações”, afirmou em entrevista por e-mail.
Além de perder aquela que já foi sua principal fonte de inspiração, ele acredita que a popularização do Facebook - a rede social "da vez" - prejudica o sucesso dos blogs. “Eles [do Facebook] tentam manter o usuário e concentrar todo o conteúdo lá dentro.”
O auge de sua página coincidiu com o ápice do Orkut no Brasil – tanto que o “Pérolas do Orkut” chegou a ser a única fonte de renda de Pucci, formado em ciência da computação. “Com o dinheiro que ganhava no blog, pude abrir mão de outros trabalhos de programação”, contou o morador de Araçatuba (527 km de São Paulo).
Hoje os anúncios da página rendem menos, e o empresário aposta em outros sites para se manter. Com a queda na popularidade do Orkut, o nome foi resumido em 2012 a “Pérolas”, abrangendo também redes sociais como Facebook, Twitter e Yahoo Respostas.
A força da sua inveja é a velocidade do meu sucesso
Ele não revela o máximo de audiência já registrado, mas conta que o blog tinha 30 mil acessos diários já no primeiro mês. “Eu frequentava bastante comunidades e comecei a salvar essas fotos [bizarras] no meu computador. Quando tinha aproximadamente umas 50 imagens, resolvi montar o site. O usuário olhava uma foto, dava uma nota e aparecia outra imagem para votação.”
Depois de pronto, ele mandou o “Pérolas do Orkut” para alguns amigos. Em uma semana, com 10 mil acessos diários, a página caiu e Pucci teve de contratar um servidor dedicado. Foi quando ele viu que sua ideia tinha dado certo. “Fazia atualizações diárias e os leitores eram bastante fieis.”
“O público gostava de ver bizarrices e pérolas em geral, como mulheres tomando sol na laje, pessoas nadando na caixa d’água, usuários do Orkut aceitando sem querer depoimentos com conversas confidenciais, pessoas ostentando celulares e dinheiro em seus álbuns, comunidades com milhares de pessoas e o nome escrito errado, brigas e términos de relacionamento publicados no scrapbook, entre outras coisas.”
Ele ainda aceita por e-mail sugestões de esquisitices virtuais. Mas certamente, nesse quesito, o Orkut deixará saudades.
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