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Microsoft bloqueia app que promove protestos separatistas na Catalunha

Manifestantes seguram bandeira pró-independência da Catalunha em Barcelona - Lluis Gene/AFP
Manifestantes seguram bandeira pró-independência da Catalunha em Barcelona Imagem: Lluis Gene/AFP

30/10/2019 16h37

Madrid/Barcelona, 30 out (EFE).- A plataforma de desenvolvimento de softwares Github, que pertence à Microsoft, bloqueou nesta quarta-feira, por ordem judicial, o acesso e o funcionamento do aplicativo do grupo Tsunami Democràtic, que promove os protestos pela independência da Catalunha nas redes sociais.

Os protestos registrados na Catalunha nas últimas semanas têm sido liderados pela organização, que opera de forma anônima e está sendo investigada pela Justiça da Espanha pelo crime de terrorismo.

Muitos dos protestos terminaram em violência. Os manifestantes estão nas ruas da Catalunha para exigir a libertação de líderes separatistas condenados pelo Tribunal Supremo da Espanha por insurreição ao promover um referendo ilegal de independência da região em 2017.

A Audiência Nacional da Espanha considera que o Tsunami Democràtic é uma organização criminosa que comanda pessoas que cometem ações terroristas na Catalunha. Segundo o órgão, o principal objetivo do grupo seria coordenar essas ações e distúrbios.

Em relatório, a Audiência Nacional afirma que o aplicativo da Tsunami Democràtic é usado para reunir informações sobre a situação dos protestos e permite que os usuários se comuniquem entre eles.

No último dia 18 de outubro, também por ordem judicial, sites ligados ao grupo na Espanha. No entanto, como muitas das páginas estão hospedadas no exterior, ainda é possível acessá-las no país.

Depois da decisão, o Tsunami Democràtic publicou hoje nas redes sociais um manual para que os interessados possam fazer o download e atualizar o aplicativo por meio do Telegram.

Em comunicado, o grupo criticou a Justiça espanhola por considerá-lo uma organização criminosa com "fins terroristas".

Além disso, o Tsunami Democràtic, que surgiu como um perfil no Twitter início de setembro, afirmou ser um "movimento cidadão" que "exerce direitos fundamentais" com uma "atitude marcada pela não-violência".

Praticamente todos os partidos e líderes independentistas promoveram a conta da Tsunami Democràtic, dando notoriedade ao grupo, que diz ter sido criado para usar a "desobediência civil" e a "não-violência" para protestar contra a sentença do Tribunal Supremo da Espanha.