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OPINIÃO

Jogamos Cyberpunk 2077: tire suas dúvidas sobre gameplay e história

Kika Martini

Colaboração para o START

28/09/2020 11h00

Com Keanu Reeves no elenco, Grimes na trilha sonora e toda a experiência do estúdio de The Witcher 3: The Wild Hunt, Cyberpunk 2077 não tinha como não ser um dos jogos mais esperados do ano.

O START teve a oportunidade de testar três horas do RPG jogando via streaming no PC. Foi pouco tempo, para um jogo tão cheio de possibilidades, mas o suficiente para responder algumas das principais dúvidas dos jogadores. Também comentamos as impressões gerais da prévia no vídeo acima.

Antes, é bom avisar que a versão do jogo que testamos estava rodando em um PC com as seguintes configurações:

  • Processador Core i9
  • GeForce RTX 2080 Ti
  • SSD Firecuda 510 da Seagate

A versão também ainda estava em desenvolvimento e não reflete o produto final. Por isso, mudanças ainda podem acontecer até o lançamento de Cyberpunk 2077, que acontece em 19 de novembro para PS4, Xbox One e PC.

A seguir, respondemos às principais dúvidas enviadas pela galera no Twitter do START.

E essa tal liberdade?

Em uma escala de The Witcher 3 até Zelda: Breath of The Wild, Cyberpunk 2077 está muito mais perto do RPG da CD Projekt.

O mapa de Night City é típico de jogo de mundo aberto: carregado de ícones de missões secundárias, atividades paralelas, pontos de interrogação, lojas e muitos outros.

Game Cyberpunk cidade Night City - Divulgação/CD Projekt Red - Divulgação/CD Projekt Red
Cyberpunk 2077 vai se passar em Night City e seus arredores
Imagem: Divulgação/CD Projekt Red

Eu tive tempo de fazer uma missão secundária, marcada como "assalto em andamento" no mapa, que não foi lá inovadora: eu optei pelo stealth para eliminar a maioria dos alvos, todos membros da gangue Garra dos Tygre (Tyger Claws em inglês).

O que realmente me chamou a atenção foi como a gangue reagiu a minha presença. Em vez de atirar imediatamente, o inimigo primeiro tentou me "enxotar" pra fora da área: "não tem nada pra ver aqui, se manda!", e só partiu para violência quando percebeu qual era a minha intenção.

Tudo em Night City acontece de forma orgânica e natural, exatamente como se espera em uma cidade de verdade

Sobre a liberdade extrema e possibilidade de tocar o terror: não espere isso em Cyberpunk 2077.

Claro, o trecho jogado foi curto e só a ponta do iceberg, mas dá para notar a tendência: quando eu estava dentro do Bar da Lizzie (Lizzie's Bar) para encontrar meu contato da missão principal, não foi possível nem empunhar a arma.

Durante uma conversa com um dos canais (fixers, em inglês) dentro do carro, também não. Mas no prédio do apartamento de V, o (ou a) protagonista, eu causei o caos depois de atirar em uma pessoa —e em segundos a polícia chegou e me matou.

Já no volante eu bati em alguns carros, atropelei pedestres e atirei em outros enquanto trocava tiros com uma gangue —tudo sem nenhuma consequência imediata. Deixando claro que fiz tudo isso só pra responder à pergunta de vocês!

Nesse primeiro contato com Cyberpunk, a impressão é que teremos inúmeras maneiras de encarar as situações que nos são apresentadas, mas que não poderemos criar a situação que quisermos.

Quando eu faço escolhas, afinal?

No trecho do prólogo existe uma missão que apresenta várias abordagens e é um bom exemplo de como essas escolhas afetam o gameplay.

É uma missão que já foi apresentada pela CD Projekt Red em um vídeo, mas que mostra apenas uma das soluções possíveis.

Já no jogo, existem diversas escolhas que se ramificam em outras escolhas e que mudam tanto o andamento da missão quanto o resultado final:

  • Recuperar o robô-aranha (spider-bot em inglês) das mãos dos Maelstrom pacificamente ou na base da força
  • Terminar a missão amigo ou inimigo da gangue
  • Terminar amigo ou inimigo da Corpo
  • Matar o líder dos Maelstrom ou não

Todas essas decisões vão afetar o gameplay e também o universo do game. E, claro, sua construção de personagem também tem impacto, já que atributos e habilidades definem boa parte da sua interação com o mundo.

Uma Night City com o líder de uma gangue morto com certeza é diferente de uma Night City com ele vivo

O V(isual)

Marley fez uma pergunta direto ao ponto, mas vou aproveitar a dúvida para falar da personalização visual do protagonista.

As escolhas são várias: cor de pele, tipo de pele, sardas, tatuagem no rosto, tatuagem no corpo, piercing, cicatrizes, maquiagem, cor de maquiagem etc., mas eu sei que o maior interesse é nos órgãos sexuais.

São três opções: pênis não circuncidado, pênis circuncidado e vagina. Além disso, existem outras opções complementares, como tamanho e pelos pubianos, mas não estavam disponíveis nessa versão.

O mais interessante na personalização em Cyberpunk é que a escolha de gênero é bem ampla. É possível, por exemplo, criar um homem ou uma mulher trans - a customização não se limita a personagens cis.

Inicialmente o jogador escolhe a "figura" do V masculino ou feminino (sem essa designação no jogo), mas as opções de customização são iguais para os dois.

É possível escolher pênis ou vagina, voz masculina ou feminina, se terá ou não maquiagem, tudo isso em qualquer uma das escolhas.

Quanto à verdadeira função do pênis do boneco, infelizmente três horas em Night City não foram suficientes para colocá-lo a prova.

A câmera em primeira pessoa é muito bem aproveitada pela desenvolvedora e realmente colabora para a imersão.

Os implantes de V afetam muito a maneira como ele enxerga o mundo e isso é muito mais realista em primeira pessoa.

Durante o gameplay minha V pegou um tipo de virose nos seus implantes, o que fez com que ela "tremesse" e reinicializasse diversas vezes. Eu, jogadora, "senti" a virose da mesma forma que a V, personagem, estava sentindo.

Cyberpunk - Protagonista V

Não tive muitas oportunidades de ver meu personagem (os espelhos ainda não estavam espelhados), mas você pode fazê-lo pelos inventários e em alguns espelhos na versão final.

Fique tranquilo, Renato. A visão é exatamente igual à que você tem do seu corpo (eu comparei).

Não só é possível ver os pés como também o torso e pernas. A posição das mãos também é muito fiel ao ser humano de verdade. Se quiser saber como é no jogo, é só olhar pra você mesmo.

E a jogabilidade?

Cyberpunk 2077 conta com um stealth sofisticado, com ataque furtivo letal e não letal e recurso de esconder os corpos para que não sejam encontrados por outros inimigos.

O hacking é igualmente sofisticado, e demanda mais do jogador do que apenas apertar um comando: É necessário gerenciamento de memória para distribuí-la entre diferentes procedimentos, completar um mini game para hackear equipamentos etc.

Cyberpunk minigame hack - Reprodução/YouTube - Reprodução/YouTube
Minigame de hack
Imagem: Reprodução/YouTube

Meu personagem chegou apenas ao nível dois, então não pude testar os recursos mais avançados —o hack foi possível apenas em pessoas e câmeras dentro de uma área de treinamento.

De forma geral, a jogabilidade é extremamente competente, mas não é inovadora e sozinha não traz recursos nunca antes vistos. Com certeza seu mérito está na mistura desses elementos com habilidades e implantes únicos de Cyberpunk 2077.

Três árvores de habilidade?

A construção de habilidades de Cyberpunk 2077 é muito ampla e foge do padrão simplificado que temos vistos nos últimos anos em grandes lançamentos em RPG.

O personagem tem 5 atributos principais: body, reflex, intelligence, technical ability e cool —esses atributos recebem pontos na criação de personagem e também durante o jogo.

Dentro de cada um desses cinco atributos, existem perk trees (sim, no plural) com diversas habilidades (perks).

Cyberpunk preview - Divulgação/CD Projekt Red - Divulgação/CD Projekt Red
Imagem: Divulgação/CD Projekt Red

Em Body, por exemplo, são 3 árvores, cada uma com mais de 20 perks. O personagem ganha pontos de perks e atributos ao subir de nível. No meu tempo cheguei só até o nível 2, e ganhei um ponto de cada.

Em momento algum o jogador irá escolher uma classe com nome definido. Cyberpunk 2077 trabalha com o que a CD Projekt Red chama de "sistema fluido de classe".

É possível usar pontos nas habilidades que quiser, por mais paradoxais que elas possam parecer. É o jogador quem escolhe o conjunto de habilidades que seu V terá.

Cyberpunk 2077 implantes - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Os implantes também são uma parte importante do personagem. Ao instalar um implante ocular, o novo scanner visual de V acrescentou a possibilidade de identificar procurados pela polícia.

Implantes podem dar para V, por exemplo, um segundo coração, resistência a choque, fogo e inúmeras outras opções.

Pena que eu ainda não tinha "edinhos", o apelido da moeda usada em Night City, suficientes. (Só queria também comentar que EDINHO é o melhor nome de moeda de um jogo. Obrigada).

Night City

Night City é inacreditável. Sabe aquela atmosfera única que toda cidade no mundo tem? Eu não sei como, mas Night City também tem um clima palpável que é só dela.

A CD Projekt Red investiu pesado na construção do ambiente, e todos os detalhes fazem dela uma das cidades mais imersivas e realistas que eu já vi em um game.

Cyberpunk - Night City

As pessoas espalhadas pela cidade colaboram com essa atmosfera. Se você encosta do lado de um funcionário da empresa de energia ou em um zelador, eles vão reagir à sua presença.

Não quer dizer que terá uma interação com opções de diálogos, mas alguma coisa eles vão dizer, nem que seja um "tá olhando o quê?".

Os NPCs com quem V interage durante as missões foram construídos de um jeito que parece mesmo que eles têm uma vida além de estarem ali apenas para conversar com você.

Sabe o Jackie, parceiro de V? Um fofo. A Judy, técnica de neurodança (Braindance no original em inglês) que virou a crush de todo mundo quando apareceu? Esquisitinha e preocupada em não se meter em encrenca.

Cyberpunk NPC - Divulgação/CD Projekt - Divulgação/CD Projekt
Judy
Imagem: Divulgação/CD Projekt

A personalidade deles transparece sem esforço, e eles surpreendem por não serem todos "radicais" e sem medo de morrer.

As interações também são naturais. Em um momento, V pegou carona com um Central, o Padre, e a conversa começou com um "como você vai, faz tempo que não te vejo", igualzinho seria no mundo real.

Nem tudo em Cyberpunk 2077 precisa envolver implantes, gangues ou trabalho sujo.

Cyberpunk 2077 chega no dia 19 de novembro de 2020 totalmente em português para PC, PlayStation 4, Xbox One e será jogável no Xbox Series e PlayStation 5 através da retrocompatibilidade dos consoles.

A versão oficial da nova geração, PS5 e Xbox Series X, chega apenas em 2021, sem data definida.

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