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OPINIÃO

Project Cars 3 muda de rumo para agradar público casual

Project Cars 3 chega em 28 de agosto para PC, Xbox One e PlayStation 4 - Divulgação
Project Cars 3 chega em 28 de agosto para PC, Xbox One e PlayStation 4
Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Colaboração para o START

01/08/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Prévia do jogo de corrida dá sinais de uma pilotagem mais "arcade" e menos exigente
  • Mudanças de gameplay aproximam o jogo de concorrentes como Need for Speed e Forza Motorsport
  • Game terá 211 carros e 51 pistas (com 121 variações de circuitos no total)

Poucos nichos de jogadores são tão exigentes quanto os entusiastas de games de corrida. E isso vale especialmente para quem leva a experiência de pilotagem virtual mais a sério, a galera que não dispensa um cockpit e um conjunto de volante e pedais para ter uma experiência o mais próxima possível da vida real.

Se você é um desses e estava ansioso para Project Cars 3, eu te trago más notícias: o game dificilmente atenderá às suas expectativas. Ao menos foi essa a impressão que tive após testar uma versão preliminar do jogo que sairá em 28 de agosto para PC, PlayStation 4 e Xbox One.

As horas de jogo, inclusive, me remeteram não a Project Cars 2, mas sim a uma produção mais antiga da Slightly Mad Studios: Need for Speed: Shift, uma aventura da série de corridas arcade da EA por terrenos mais "sérios", digamos assim. Ainda assim, bastante distante da pegada mais voltada à simulação dos dois primeiros Project Cars.

Comprando briga com Forza e Gran Turismo

Ao tomar rumos mais "arcadianos", assim por dizer, Project Cars 3 se envereda pelo terreno de duas franquias peso-pesado: Gran Turismo e Forza Motorsport, que trazem uma experiência que pode ser colocada como um meio termo entre games arcades e simuladores mais exigentes e conseguem um feito raro: são capazes de divertir tanto quem joga com um controle convencional quanto quem se vale de um conjunto de pedais e volante.

A tarefa do novo game, porém, deve ser um tanto complicada. Por mais que, de fato, ele tenha se tornado mais acessível e possa ser aproveitado com um controle na mão, Project Cars 3 larga atrás em alguns aspectos mais básicos. Seus 211 carros, por exemplo, deixam a desejar diante dos mais de 300 de Gran Turismo Sport e dos mais de 700 de Forza Motorsport 7.

O contragolpe, porém, vem no número de pistas: são 51 locais diferentes (com 121 variações ao todo), contra 32 locais diferentes de Gran Turismo Sport e Forza Motorsport 7. Ainda assim, é um número menor do que as 63 pistas diferentes de Project Cars 2.

PC3 1 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Outro aspecto que Project Cars 3 inova dentro da série é o de ter um modo carreira baseado no ciclo "compre um carro inicial, ganhe corridas e dinheiro, melhore ele, ganhe mais corridas e dinheiro, compre um novo carro mais potente", algo bem clássico em games do tipo.

Da mesma maneira, há um sistema de acúmulo de experiência tanto para piloto quanto para os carros. Ela é obtida quando o jogador faz curvas corretamente, executa manobras como ultrapassagens e, claro, vence corridas e campeonatos. E onde vimos algo assim? em Need for Speed: Shift.

Além do modo carreira e de outros tradicionais, Project Cars 3 tem um modo Rivals, um multiplayer assíncrono onde os jogadores competem em eventos para marcar o melhor tempo (ou a melhor média de tempo em três voltas) ou no modo Breakout, quando há obstáculos espalhados pela pista e cada um deles, quando destruídos, rendem pontos.

E na pilotagem?

Além da formatação do jogo em si, Project Cars 3 também mudou bastante dentro da pista. E, aqui, tudo depende do que você espera do jogo.

Novamente, a turma da simulação ficará desapontada: ao perder nuances como variações na temperatura dos pneus e paradas nos boxes, Project Cars 3 ficou muito mais simples do que seus antecessores. A representação das pistas segue fiel, porém a impressão é que os carros estão leves demais e com níveis de desempenho e aderências muito mais voltadas para a casualidade do que para a simulação.

Tanto no controle quanto no volante, o force feedback sentido pelo jogador é muito mais artificial do que o visto em Gran Turismo Sport e Forza Motorsport 7 - e anos-luz atrás de games como Assetto Corsa Competizione. O resultado é uma pilotagem muito menos precisa e, por consequência, menos realista do que o visto na concorrência.

PC3 2 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O que mais incomodou, porém, não foi isso, mas sim a inteligência artificial dos competidores. No teste, por vezes fiquei em dúvida se estava jogando um game de corrida ou algo na linha de Call of Duty, já que os adversários se mostravam mais determinados a me tirar da pista - das mais variadas e violentas formas possíveis - do que me ultrapassar e vencer a corrida. Felizmente, a produtora do jogo afirmou que esse ponto será refinado na versão final do jogo.

Visual competente

Em termo visuais, porém, Project Cars 3 se mostrou bem caprichado. E isso vale não apenas para os modelos de carros e interiores, mas principalmente para as pistas, cenários e pelas variações climáticas e de tempo, uma marca da série.

Na máquina testada (um PC com processador AMD Ryzen 5, placa de vídeo NVIDIA GeForce RTX 2060 e 16 GB de RAM), Project Cars 3 rodou com folga, o que aponta que PCs mais modestos e consoles não deverão enfrentar problemas de desempenho.

Os sons também são bons, mas eles acabam sendo um indício dos rumos que o jogo pretende tomar: durante as corridas, música se sobrepõe ao ronco dos motores. Não é nada que não possa ser ajustado no menu de opções, mas é uma mostra clara que, entre diversão e realismo, a Slightly Mad Studios escolheu a primeira opção para Project Cars 3.

Project Cars 3

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL