Após mortes no Canal da Mancha, papa exorta líderes a respeitarem humanidade dos migrantes
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco apelou neste domingo às autoridades para "respeitarem a humanidade" dos migrantes e se esforçarem para ajudá-los, depois que Reino Unido e França trocaram farpas sobre a morte de 27 migrantes que tentavam cruzar o Canal da Mancha.
Francisco dedicou quase toda sua mensagem de domingo à defesa dos migrantes, dizendo a vários milhares de pessoas na Praça de São Pedro que sentia dor pelas tragédias recentes.
“Vamos pensar em quantos migrantes estão expostos nestes dias a perigos muito graves e quantos perdem a vida em nossas fronteiras”, disse ele.
"Sinto dor quando ouço notícias da situação em que se encontram tantos, os que morreram no Canal da Mancha, os da fronteira com a Bielo-Rússia, muitos dos quais são crianças, os que se afogam no Mediterrâneo", afirmou.
Francisco ergueu a voz ao dizer "crianças".
Após os afogamentos no Canal da Mancha, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse ao Reino Unido que precisava "levar a sério" ou permanecer bloqueado das discussões sobre como conter o fluxo de migrantes que escapam da guerra e da pobreza.
Posteriormente, a França cancelou um convite ao ministro do Interior britânico, Priti Patel, para participar de uma reunião sobre o assunto no domingo em Calais.
"Renovo meu sincero apelo àqueles que podem contribuir para a resolução destes problemas, em particular autoridades civis e militares, para que a compreensão e o diálogo prevaleçam finalmente sobre todo o tipo de exploração e para que dirijam as suas vontades e esforços para soluções que respeitem a humanidade dessas pessoas", disse o papa.
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