Livro conta história de parlamentares britânicos gays que previram ameaça de Hitler
Um grupo de parlamentares britânicos gays e bissexuais esteve entre os primeiros a darem o alarme a respeito da ameaça fascista de Adolf Hitler, mas inicialmente seus avisos foram ignorados por eles serem considerados extravagantes e beligerantes, de acordo com um novo livro.
Em uma época na qual o sexo homossexual ainda era ilegal no Reino Unido, a decisão do grupo de romper com a postura de apaziguamento do então primeiro-ministro Neville Chamberlain com Hitler nos anos 1930 foi ainda mais corajosa, disse o autor do livro, Chris Bryant.
"Sua sexualidade... é parte de sua coragem neste período", opinou Bryant, parlamentar do opositor Partido Trabalhista.
"Os arregimentadores de votos do governo sabiam como destruir uma pessoa se quisessem, então remar contra a maré era uma coisa muito difícil de se fazer", disse ele à Thomson Reuters Foundation em uma videochamada no sul do País de Gales, onde está seu eleitorado.
Em "The Glamour Boys: The Secret Story of the Rebels who Fought for Britain to Defeat Hitler", Bryant conta como sete ou oito integrantes gays e bissexuais de um grupo de rebeldes atraíram a ira do premiê.
Foi Chamberlain quem os apelidou de "glamour boys", uma cutucada na sexualidade de alguns deles, e ordenou que os serviços de segurança grampeassem seus telefones.
Mas o livro de Bryant, um episódio LGBT+ desconhecido da história da Segunda Guerra Mundial, leva a crer que o fato de alguns dos rebeldes serem gays e bissexuais lhes deu uma perspectiva única.