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OPINIÃO

Político e atual, Ratos de Porão mostra que o punk brasileiro continua vivo

João Gordo, vocalista do Ratos de Porão, no Summer Breeze Brasil Imagem: Micaela Wernicke/UOL

Gustavo Brigatti

Colaboração para Splash, em São Paulo

28/04/2024 17h36

Político, potente e pertinente, o punk brasileiro continua muito vivo - pelo menos no que depender do Ratos de Porão, que fez um dos shows mais arrebatadores do Summer Breeze Brasil deste domingo (28).

Tocando no Sun Stage, João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) mostraram a vitalidade do seu crossover de punk com metal e hardcore sem massagem, numa bateria de pedradas que perpassou toda a carreira do grupo - do seminal "Crucificados Pelo Sistema" (1984) até "Necropolítica" (2022), o 11º álbum da discografia.

Com a tradicional bandeira do MST estendida no palco e estampada na camiseta de Juninho, o Ratos não podia abrir o show com outra música que não "Alerta Antifascista", petardo do "Necropolítica", seguida de um alerta ecológico de 1989 que permanece absolutamente atual, "Amazônia Nunca Mais", do álbum "Brasil".

Ratos de Porão animou o público no Summer Breeze Brasil Imagem: Micaela Wernicke/UOL

A atualidade das músicas dos Ratos foi notada pelo próprio Gordo.

"Essas músicas parecem fazer mais sentido agora do que há 20 anos, infelizmente", comentou o vocalista, puxando "Morte ao Rei", do álbum "Anarkophobia" (1991). Quando o público começou a gritar "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*", referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gordo corrigiu:

Tomar no c* não é castigo. Muita gente gosta de tomar no c*. Eu quero que ele seja preso. Gordo

Recado dado e aplaudido, a banda emendou uma sequência com "Morrer", do álbum de estreia "Crucificados Pelo Sistema" (1984), "Crianças sem Futuro" e "Descanse em Paz", esta do disco homônimo de 1986.

O hino anti-religião "Igreja Universal" levantou a plateia, assim como a sequência "Sofrer", responsável pela maior roda punk do show até aquele momento - que só seria superada pelo maior clássico do Ratos, "Beber até Morrer", introduzida pelo início de "Aids, Pop, Repressão", ambas de "Brasil".

O fechamento ficou por conta de "Crise Geral", do épico "Cada Dia Mais Sujo e Agressivo", de 1988.

SUMMER BREEZE OPEN AIR BRASIL 2024
Data: domingo, 28 de abril de 2024

Abertura: 10h
Endereço: Memorial da América Latina (Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda - São Paulo, SP)
Classificação etária: 16 anos

Ingressos

Venda on-line: https://www.clubedoingresso.com/evento/summerbreeze2024

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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