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Não advogado e editor da revista 'Bundas': curiosidades sobre Ziraldo

Ziraldo morreu aos 91 anos de causas naturais Imagem: Iwi Onodera/UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

07/04/2024 04h00

Ziraldo, que morreu aos 91 anos, neste sábado (6), consolidou seu nome na cultura brasileira pela vasta carreira nas artes. Entretanto, o mineiro de Caratinga deixou sua marca em outras áreas além da literatura, passando pela política até o esporte.

Veja curiosidades sobre Ziraldo

Formado em direito, Ziraldo nunca exerceu a advocacia para se dedicar às artes e ao jornalismo, suas grandes paixões. Foi com seus quadrinhos nas principais publicações em circulação no pais durante o século 20, como Jornal do Brasil e O Cruzeiro, que o cartunista se tornou um expoente na escrita, sobretudo por seu olhar crítico para a política. Seu primeiro desenho foi publicado quando tinha apenas 6 anos, em 1939, no jornal A Folha de Minas.

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Ziraldo era alinhado à esquerda e, mesmo sem exercer cargos públicos em governos, filiou-se a partidos como PCB e PSOL. Durante a ditadura, foi um voz importante na luta contra a repressão com suas charges ácidas, sobretudo em O Pasquim, jornal do qual foi fundador. Pelas críticas ao regime militar, foi preso três vezes. Em 2008, ganhou o direito de ser indenizado pelo Estado e recebeu R$ 1 milhão pela perseguição sofrida, além de aposentadoria vitalícia.

Era torcedor do Flamengo. Ziraldo também emprestou seu talento ao futebol ao participar de ações relativas ao esporte. Entre outros, ele desenhou os mascotes dos 16 clubes que disputaram a Copa União de 1987 e fez trabalhos dedicados exclusivamente ao rubro-negro carioca, seu time de coração. Diversos clubes prestaram homenagens ao cartunista após a notícia de sua morte.

Seu maior sucesso, o Menino Maluquinho, surgiu de forma espontânea ao se barbear. Em entrevistas, ele contou que o personagem nasceu ao se barbear e conversar consigo mesmo. O sucesso da história, lançada em 1980, foi imediato e se traduz em números robustos: com mais de 120 edições publicadas, mais de quatro milhões de unidades vendidas, a história foi traduzida para vários países e retratada nos cinemas, no teatro e em animações.

Adeus ao cigarro. Ziraldo foi fumante em boa parte de sua vida, mas largou o tabagismo ao liderar uma campanha em 1987, organizada pelo Instituto Nacional de Câncer, de conscientização aos efeitos maléficos do tabaco. Ao participar da campanha, o cartunista encerrou o próprio vício e parar de fumar 60 cigarros por dia.

Revista para parodiar os famosos. Em 1999, demonstrando que seu humor continuava potente, o cartunista criou a revista "Bundas" como uma forma de parodiar os famosos que apareciam na revista de celebridades Caras. A publicação foi descrita como "uma resposta bem-humorada à ostentação dos 'famosos' que semanalmente aparecem na revista Caras. Quem mostrou a bunda em Caras não mostra a Cara em Bundas".

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