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Djalma Corrêa, respeitado percussionista brasileiro, morre aos 80 anos

O músico Djalma Corrêa morreu aos 80 anos - Reprodução/Instagram
O músico Djalma Corrêa morreu aos 80 anos Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

09/12/2022 13h30

Djalma Corrêa, respeitado percussionista brasileiro, morreu ontem aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Ele lutava contra um câncer de pâncreas.

"Agradecemos todo carinho e solidariedade neste momento difícil. Informações sobre o velório serão divulgadas posteriormente", diz a nota enviada pela equipe do músico a Splash.

Djalma nasceu em Ouro Preto (MG) e começou sua trajetória na música brasileira nos anos 60. Em 1964, participou do espetáculo "Nós, por exemplo" no Teatro Vila Velha, em Salvador. Participaram da apresentação músicos como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé e Perna.

Nos anos 70, trabalhou em trilhas sonoras de filmes, peças de teatro, criou o grupo musical Baiafro e trabalhou, tanto em gravações como em apresentações ao vivo, com músicos como Jorge Ben, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso.

Em 1976, participou do show "Doces Bárbaros" com Gil, Caetano, Bethânia e Gal, que morreu aos 77 anos no início de novembro.

Em um dos ensaios de 'Nós, por Exemplo'. Da esquerda para a direita: Djalma Corrêa, Gal Costa, Fernando Lona, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Perna Fróes  - Orlando Senna - Orlando Senna
Em um dos ensaios de 'Nós, por Exemplo'. Da esquerda para a direita: Djalma Corrêa, Gal Costa, Fernando Lona, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Perna Fróes
Imagem: Orlando Senna

Em sua carreira, também tocou em apresentações internacionais de destaque, como a de Gilberto Gil no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e de Maria Bethânia em Roma, na Itália, na reabertura do Teatro Sistina.

Entre 1973 e 1978, Djalma Corrêa viajou pelo país como responsável pelo Projeto Phonogram de Pesquisa e Documentação do Folclore do Brasil. Nessas viagens, registrou diversos aspectos do folclore brasileiro por meio de gravações fotos e filmes, o que chegou lhe rendeu uma prisão, acusado de documentar aspectos negativos do país. Em 1979, foi lançada uma série de 25 discos organizada pela Phonogram, fruto dessa pesquisa.

Djalma inovou na percussão, adotando instrumentos diferentes na bateria, como o tímpano, tambores e até um penico.

Entre os discos importantes em que tocou, estão "Ogum/Xangô", de Gilberto Gil e Jorge Ben, "Jóia" e "Qualquer coisa", de Caetano Veloso, "Refavela", de Gil, "Almanaque", de Chico Buarque, "Nós", de Luiz Melodia, e "Mancha de dendê não sai", de Moraes Moreira, além de "Quarteto Negro", com Paulo Moura, Zezé Motta e Jorge Degas, e os autorais "Djalma Corrêa" e "Candomblé".

Com o apoio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Itaú Cultural, o acervo analógico e multimídia de Djalma está em processo de digitalização. De acordo com o museu, a coleção é composta de 670 fitas rolo, 10 mil documentos fotográficos, filmes e diversos livros, vinis, fitas e milhares de documentos em papel, além de instrumentos musicais.