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Tico Santa Cruz diz que Ciro não tem chances e declara 'voto útil' em Lula

Tico Santa Cruz disse que Ciro Gomes não tem chances de ir para o segundo turno e, por esse motivo, dará voto útil em Lula - Reprodução/Instagram
Tico Santa Cruz disse que Ciro Gomes não tem chances de ir para o segundo turno e, por esse motivo, dará voto útil em Lula Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, em Maceió

17/09/2022 16h52

O cantor Tico Santa Cruz, um dos mais ferrenhos apoiadores da candidatura de Ciro Gomes (PDT) ao Palácio do Planalto, anunciou que, frente à dificuldade encontrada pelo pedetista para ir ao segundo turno das eleições, dará um "voto útil" em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenções de votos, e com chances de vencer a disputa já no primeiro turno, em 2 de outubro.

Por meio de seu perfil nas redes sociais, Tico disse que vai se "esforçar" para que Ciro "tenha sua chance" em 2026. Entretanto, o famoso ressaltou que, na atual conjuntura, "precisamos dar fim a esse regime de ódio e sofrimento".

"Resolver [o pleito] no primeiro turno. O voto útil no Lula é o caminho para encerrar esse ciclo de tragédias", continuou. "Se há um paciente em estado gravíssimo e temos como salvá-lo agora, por que esperar mais 30 dias? Isso não nos exime da responsabilidade de tratá-lo, acompanhá-lo e cobrar que o tratamento seja eficiente. Mas no permite pegar fôlego para seguir na luta pela vida", escreveu.

Tico Santa Cruz salientou que ao depositar "voto útil" em Lula isso não significa que está "assinando cheque em branco", pois seguirá "atento e crítico".

"Não aguento mais tanta violência, miséria, fome. Tanta vergonha. Você aguenta? Repito: não precisa fazer o L, nem desfilar de toalha, nem tirar foto abraçando e sorrindo com o Lula. No silêncio da cabine, você, seu coração e sua consciência podem resolver isso dia 2 de outubro! Vamos lá resolve! Meu voto será para isso! Chega!", completou.

Por fim, o cantor afirmou que sua decisão é "pragmática por uma razão simples: infelizmente, Ciro não chegará no segundo turno".

Mais cedo, alguns famosos como Wagner Moura, Bruno Gagliasso, Zélia Duncan e outros famosos lançaram hoje a música "Hino ao Inominável", contra o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

A letra, escrita por Carlos Rennó, relembra declarações de Bolsonaro como a negação de que houve ditadura no Brasil, a preferência por ter um filho morto a um filho homossexual e a recusa de dados científicos sobre a pandemia e o desmatamento na Amazônia. A melodia foi feita por Chico Brown e Pedro Luís.

Ex-aliados de Ciro pedem voto em Lula

Membros e ex-integrantes do PDT preparam um manifesto contra a candidatura de Ciro Gomes à presidência da República e em favor do "voto necessário" em Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-aliados acusam o pedetista de polarizar as eleições ao adotar "uma postura de ex-companheiro de trincheira".

No manifesto, ao qual o UOL teve acesso, filiados e ex-filiados ao PDT lembram que até 2018 Ciro "reconhecia o legado dos governos democrático-populares de Lula e Dilma Rousseff", com "significativa melhoria" no poder de compra do trabalhador brasileiro. No entanto, devido a impossibilidade de formar uma aliança com o PT no pleito presidencial daquele ano, em prol da candidatura pedetista ao Planalto, o ex-ministro passou "a adotar um tom mais iracundo contra a base petista".

Ao UOL, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a candidatura de Ciro Gomes é "irreversível" e não será "comercializada" por outras candidaturas.

"A candidatura do Ciro é irreversível. Não vendemos, não trocamos e não comercializamos candidaturas. Doa a quem doer", afirmou.

Ciro critica pedido por voto útil

Recentemente, por meio de vídeo divulgado nas redes sociais, Ciro Gomes criticou o movimento que pede voto útil em Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno das eleições, em 2 de outubro.

Segundo o pedetista, o pedido por voto útil "é uma das maiores fraudes das eleições democráticas", por ser "uma mistura de mentira com manipulação grosseira".

"Na verdade, isso se chama 'voto inútil'. É transformar a nossa vontade legítima de mudar em um acordo covarde com os nossos medos", completou.

Entretanto, se hoje Ciro Gomes critica os pedidos por voto útil, em 2018 ele era entusiasta da ideia. Na época, o pedetista alegava ser um nome forte contra Jair Bolsonaro no segundo turno e, por isso, pregou voto útil em sua candidatura contra a de Fernando Haddad (PT).

De olho nas pesquisas de intenções de votos que o mostram na liderança e com chances de vitória no primeiro turno, Lula tem cortejado os eleitores da chamada terceira via, que incluem os de Ciro e os da senadora Simone Tebet (MDB).

Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana mostrou que Lula tem 45% da preferência dos eleitores, e é seguido por Bolsonaro, que tem 33%. Ciro aparece em terceiro, com 8%, enquanto Tebet soma 5%.