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Contamos a história de artistas que foram famosos e estão afastados do mundo do entretenimento, investindo em uma outra carreira, ou vivendo em outro país.


Cid Guerreiro trocou a fama de 'Ilariê' por vida como pastor: 'fui rico'

Cid Guerreiro, famoso por 'Ilariê', trocou fama pela fé Imagem: Arquivo pessoal

Daniel Palomares

De Splash, em São Paulo

17/06/2022 04h00

Ele deixou sua marca na história da música brasileira. Além de um dos precursores do axé na década de 1980, também foi responsável por hits emblemáticos como "Ilariê" e o eterno jingle da Telesena.

Cid Guerreiro acumulou riqueza, poder, ouviu suas músicas sendo tocadas ao redor do mundo, mas há 17 anos trocou a fama pela fé ao se converter à igreja evangélica.

Não sinto saudade. Tive muito dinheiro. Fui rico, tive de tudo. Mas tinha um buraco no coração, era vazio.

conta Cid em papo com Splash

Aos 62 anos, o compositor deixou as canções seculares para trás e hoje dedica a vida à música gospel, além de assumir as funções de pastor toda segunda na Igreja da Mangueira em Vila Cabral, comunidade carente de Aquiraz, município próximo a Fortaleza, no Ceará.

Varrendo dinheiro

Cid não poderia imaginar que um refrão tão simples e tão viciante transformaria sua vida para sempre. Compor "Ilariê", a música mais tocada nas rádios brasileiras em 1988, abriu portas para uma nova realidade.

"Nunca imaginaria. A música tocou no mundo inteiro. No auge da carreira, fiz show em estádio, gravei em espanhol. Tive muito, muito dinheiro. Quando perdia, pensava que amanhã teria mais", conta.

O músico se lembra de quando trouxe o cachê de um show em sacos de dinheiro para um quarto de hotel, espalhou as notas pelo chão e começou a varrer as notas enquanto seu pai o assistia.

"Aquela brincadeira deve ter sido forte para ele. Ele não ganhava em um ano o que eu tive em um dia. Hoje entendo o olhar triste dele. Ganhamos tão fácil que não damos valor", pondera Cid.

Guiado pela fé

Hoje, como cantor e evangelista, Cid já gravou CDs e DVDs de música gospel e viaja ao redor do mundo para dar seu testemunho como missionário da Igreja da Paz.

"Continuo fazendo shows, faço o Carnaval na Bahia, no Rio de Janeiro, tocando só música evangélica, o axé gospel. Meus shows hoje são muito melhores que os de antigamente. Tenho mais pique!", festeja.

Como alguém mergulhado no cenário musical há tantas décadas, como será que ele avalia a produção de música secular que é feita hoje no Brasil?

"O nível caiu muito. Banalizaram tudo. O fácil é falar baixaria, pornografia. As próprias mulheres estão cantando músicas que abaixam a autoestima delas. Fazer sucesso é muito fácil, você compra seguidores, gasta dinheiro e consegue. Mas onde você vai chegar?", questiona.

Mesmo com a mudança radical nas crenças e no comportamento, o músico não apaga ou se arrepende dos anos no universo da fama.

"Errei muito, não queria ter errado, mas faz parte da minha história. Como vou negar isso? Mudei, amadureci, tenho uma outra visão. Queria ter encontrado esse Deus há muito mais tempo. Nós somos humanos e falhos. O importante é respeitar as pessoas independente do que fazem, da orientação sexual, de tudo. O cara que diz que é perfeito já está pecando. Jesus perdoa", pontua.

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