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Ex-The Voice relata pavor em Araçatuba: 'Escutava as metralhadoras'

Sueli Rodrigues, cantora finalista do "The Voice +", é moradora de Araçatuba - Reprodução/TV Globo
Sueli Rodrigues, cantora finalista do "The Voice +", é moradora de Araçatuba Imagem: Reprodução/TV Globo

Lucas Pasin

De Splash, no Rio

31/08/2021 12h00Atualizada em 31/08/2021 12h05

Finalista do "The Voice +", da TV Globo, pelo time de Ludmilla, Sueli Rodrigues, de 65 anos, passou o dia de ontem trancada em casa. Ela é moradora de Araçatuba (SP), onde aconteceu, na madrugada de domingo para segunda, um ataque orquestrado por um grupo de homens fortemente armados, resultando em mortos e feridos.

Sueli mora na região central da cidade, a cerca de 2 km de onde tudo aconteceu. De casa, a cantora escutava barulhos de tiros de metralhadoras. A ex-The Voice relembra o que houve em conversa com o Splash:

Estava assistindo à TV e comecei a ouvir barulhos altos, pareciam rojões. Demorei a entender que eram tiros. Tenho um grupo de amigos artistas de Araçatuba [no WhatsApp] e lá começaram a publicar vídeos, foi aí que entendi a gravidade. Foi algo pavoroso, da minha casa escutava as metralhadoras, 'pa-pa-pa', um [tiro] atrás do outro".

A cantora havia se apresentado na noite de domingo (29) em uma live show no Teatro Castro Alves, na região central de Araçatuba, também próximo aos ataques a agências bancárias.

Sai de lá por volta das 20h e os tiros começaram meia-noite. Já pensou se eu tivesse na rua ou ainda no teatro? Poderia acontecer. Medo demais. Meu pensamento era: 'eles vão vir para perto da minha casa, porque também têm bancos por aqui'. Enquanto isso ouvia os tiros ao longe. Estava com meu marido em casa."

Sueli conta que ao longo de todo o dia de ontem ouviu relatos de amigos, desmarcou compromissos e esperou uma recomendação da prefeitura ou da Polícia Militar para voltar a circular: "Pediram que a gente evitasse sair de casa por enquanto, até capturarem os responsáveis por essa violência. A coisa foi bem feia."

A ex-The Voice também soube de conhecidos que foram feridos nos ataques:

Um amigo do meu sobrinho foi feito de escudo humano. Também descobri que um amigo do meu filho perdeu a perna com uma das bombas. Ainda não sabemos ao certo tudo que aconteceu. Nos grupos [de WhatsApp] falam de pessoas que foram feitas de reféns e abandonadas em lugares distantes. São muitas histórias."

Sueli, que explica ter sentido como "se estivesse em um tiroteio no Rio de Janeiro", quer de volta a paz da cidade do interior: "Sensação de pavor. Não estamos acostumados com isso".