Morre aos 93 anos a estilista britânica Mary Quant, a 'rainha' da minissaia
![Mary Quant, a criadora da minissaia, em imagem de 2015 - Getty Images](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/2015/03/11/mary-quant---criadora-da-minissaia-1426112869173_v2_1170x540.png)
A britânica Mary Quant, estilista revolucionária responsável por popularizar a minissaia nos anos 60, morreu nesta quinta-feira (13) aos 93 anos, anunciou sua família à agência AFP.
Figura importante do período lembrado como "Swing Sixties", ela morreu "pacificamente" em sua casa no condado de Surrey, no sul da Inglaterra. "[Mary foi] uma das estilistas mais conhecidas do século 20 e uma inovadora excepcional", homenageou sua família.
Nascida em 11 de fevereiro de 1930, em Londres, de austeros pais galeses, a designer estudou artes na Goldsmiths College nos anos 50 e se tornou rapidamente um ícone de moda irreverente e liberação feminina. Em 1955, ela abriu sua primeira loja, a "Bazaar", no bairro de Chelsea, que vivia na época uma fase de crescimento e enorme efervescência cultural.
Logo a casa de roupas e acessórios tornou-se um ponto de encontro de jovens e artistas, atraindo celebridades como os Beatles, os Rolling Stones, Brigitte Bardot e Audrey Hepburn.
Seu estilo era facilmente reconhecível, com sua famosa franja marrom, obra do cabeleireiro Vidal Sassoon. Mas foram seus desenhos de vestidos e saias curtíssimos, seus mini shorts de cintura alta — as hot pants — e capas de chuvas de linhas simples e cores vivas, além da linha de maquiagens coloridas que a tornaram uma verdadeira celebridade.
"Acontece que minhas roupas combinam perfeitamente com a moda adolescente, com pop, bares [...] e clubes de jazz", comentou em "Quant by Quant", sua primeira autobiografia, publicada em 1965.
The Victoria & Albert Museum, uma das principais instituições a celebrar a moda britânica, lamentou sua morte. "É impossível exagerar a contribuição de Quant à moda. Ela representou a alegre liberdade da moda dos anos 60 e ofereceu um novo modelo exemplar para as jovens mulheres. A moda de hoje deve muito a sua visão pioneira".
Stephanie Wood, co-curadora da mostra do museu sobre a designer em 2019, disse na ocasião ao WWD que acreditava que Mary havia sido "colocada de lado" porque não era uma estilista de Alta-Costura. Ela acreditava que seu trabalho deveria ser revisto na era pós #MeToo porque "ela liberou as mulheres de regras e regulamentações sufocantes".
A ex-editora-chefe da Vogue britânica, Alexandra Shulman, também se despediu. "Descanse em paz, Dama Mary Quant. Uma líder da moda, mas também do empreendedorismo feminino — uma visionária que era muito mais do que um incrível corte de cabelo".
O título de Dama do Império Britânico, a que se referiu Shulman, foi entregue a Mary em 2014 pela rainha Elizabeth 2ª pelos seus serviços à moda do Reino Unido. Ela já havia sido condecorada antes pela monarca em 1966 e, novamente, em 2022.
Na ocasião do Ano-Novo, ela recebeu o título de Membro da Ordem de Companheiros de Honra do rei Charles 3º, uma honraria especial dada por contribuições de grandes proporções às ciências e artes britânicas que possui poucos agraciados, como a atriz Judi Dench e o naturalista David Attenborough.
Mary deixa um filho, Orlando, que teve com o marido Alexander Plunket Greene, de quem ficou viúva em 1990.
*Com informações da AFP
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