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Horários, preços e macetes para comprar plantas e hortifrútis no Ceagesp

Mônica Santos

Colaboração para Nossa

09/08/2022 04h00

Localizado na Zona Oeste de São Paulo, o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), popularmente conhecido como Ceagesp pelo fato de abrigar a sede administrativa da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, é a maior central de abastecimento de alimentos perecíveis da América Latina.

Pela área de 700 mil m², dos quais 271 mil m² construídos, circulam diariamente cerca de 50 mil pessoas e 12 mil veículos — não apenas para comprar hortifrútis e pescados, como também flores, como mostra o vídeo que abre esta reportagem.

A cada ano são comercializadas 3,4 milhões de toneladas de produtos, entre hortifrútis, ovos, flores e pescados vindos de 1,5 mil municípios de 22 estados brasileiros e de outros 19 países. Curiosidade: apesar da grandeza, tem muito paulistano que nunca pisou lá.

É verdade que a Ceagesp nem de longe tem o charme arquitetônico do Mercado Municipal paulistano. Ao contrário: para um visitante de primeira viagem, parece bruta, caótica e confusa. "É uma pena que não tenha uma sinalização bacana, que não seja um lugar mais convidativo", diz Luís Siciliano, sócio dos bares Picco e Nu i Cru.

Mas aos poucos você começa reconhecer o espaço, entende a logística e descobre toda a beleza que é aquilo"

Isa Scherer conferiu como é a madrugada na Feira das Flores do Ceagesp Imagem: Mariana Pekin/UOL

Além do preço, o que faz Siciliano abastecer a cozinha de seus estabelecimentos por lá é a variedade e a qualidade dos ingredientes. "De um simples limão a ingredientes difíceis de encontrar, tem de tudo e em grande variedade".

Bora para o varejão

A melhor maneira de visitar a Ceagesp, sobretudo para quem mora na cidade, é pegar a sacola e ir às compras. Os preços refletem uma média do que é praticado na cidade e quem prefere os ingredientes da época se dá bem.

Além disso, sempre dá para barganhar e a xepa, no finalzinho da feira, costuma ser boa. Às quartas, o varejão vai das 14h às 22h (entrada pelo portão 7); no sábado é das 7h às 12h30 e, no domingo, das 7h às 13h30 (para ambos, o acesso é permitido pelos portões 3, 4 e 13). O estacionamento é grátis nos três dias.

Varejão no Ceagesp: vale esperar a hora da xepa para conseguir descontos Imagem: Divulgação

Além de hortifrútis, as feiras livres voltadas ao consumidor final contam com barracas de queijo, de produtos orientais, de temperos e um setor de plantas. E, claro, comidinhas, como sanduíche de pernil, pastel e caldo de cana.

Outra opção para conhecer o local é agendar uma visita monitorada gratuita, que dura em média 90 minutos (mais informações aqui).

Beleza no caos

Floristas, paisagistas, donos de floricultura, festeiros, casamenteiros, noivas e curiosos em geral lotam a Feira de Flores, que acontece duas vezes por semana, nas noites de segunda e quinta-feira, a partir das 22h30. O acesso é pelo portão 4 e a comercialização se estende até às 9h30 do dia seguinte.

A Feira das Flores do Ceagesp acontece nas madrugadas de segunda e quinta-feira Imagem: Welington Gonzaga/Divulgação

Jasmins, lírios, gardênias, frésias, lavandas, narcisos, flores de laranjeira... O olhar fica perdido diante da beleza e variedade das flores de corte. Direto do caminhão do produtor, um maço de rosas vermelhas, com trinta botões, pode ser adquirido por 35 reais. Uma braçada do tradicionalíssimo copo-de-leite sai a R$ 20,00.

Do meio do pavilhão em diante surgem as suculentas e espécies decorativas que fazem a festa dos "loucos por plantas" por conta dos preços bem convidativos. Por exemplo, uma samambaia, vendida nas lojas especializadas da Vila Leopoldina por cerca de R$ 40,00, ali pode ser encontrada por módicos R$ 12,00.

Há também plantas maiores, de coloridas mudas de bougainville a árvores frutíferas e folhagens exóticas, e fornecedores de acessórios, de vasos e terra a embalagens de todo tipo.

De flores de corte para arranjos a vasos e espécies maiores: tudo para os 'pais de planta' Imagem: Welington Gonzaga/Divulgação

Mas nem tudo são flores por ali e quem está realmente disposto a comprar precisa ter muita paciência. Afinal, a cada noite passam de 5 a 8 mil pessoas pelo local - na véspera de datas festivas, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Finados, os corredores ficam tão intransitáveis quanto a Rua 25 de Março às vésperas do Natal.

A florista Bárbara Chiré, sócia de Renata Akemi na floricultura Flores Bárbaras, dá algumas dicas para que a visita seja mais tranquila. "Evite ir em grupo, crie um circuito ao invés de andar aleatoriamente e não deixe para depois: gostou, compra. Pague e deixe com o vendedor para retirar na volta, mas anote o número do ponto de venda, pois é muito fácil se perder".

Na hora de retirar as compras, é possível contratar um carregador com carrinho — eles cobram 30 reais e operam a partir da meia-noite. É justamente a partir daí que o vai e vem de gente fica ainda mais frenético e confuso.

Para compras mais tranquilas de flores, uma dica é ir antes dos carregadores começarem a circular com os carrinhos Imagem: Mariana Pekin/UOL

Se você precisa de flores de corte, vá logo na abertura, antes dos entregadores circularem. Agora, se está em busca de plantas, pode ir na manhã seguinte, a partir das 6h. É delicioso andar por ali com tranquilidade e ver o sol chegando"

Segundo Bárbara, nessa hora os maiores compradores já foram embora, ainda é farta a oferta de plantas e os produtores estão com tempo para dividir conhecimento com quem não é profissional. Além disso, a chance de uma "xepa das plantas" é real. Ainda sobre economia, ela dá uma última dica:

Nas ruas que dão para o lado de fora do pavilhão os preços costumam ser melhores"

Caiu na rede é peixe

Os varejões que acontecem três vezes por semana são também ótimos locais para o consumidor final comprar peixes e frutos do mar frescos. Nas barracas, encontram-se dezenas de variedades oriundas de diferentes regiões do litoral brasileiro, desde a popular sardinha até atum, tainha, camarão, polvo, lagosta e ostras vendidas em dúzia ou, ainda, espécies de água doce, como pintado e pacu.

Feira dos Pescados: há três varejões por semana para os consumidores finais Imagem: Divulgação

Porém, para os aventureiros, curiosos ou pessoas que desejam comprar em maiores quantidades, existe a Venda do Pescado que acontece madrugada adentro. Realizado sempre às terças, quintas e sábados, entre 1h e 6h (entrada pelo portão 15), o evento atrai donos de restaurantes, chefs de hotéis e revendedores de pescados em geral.

Ali são comercializados em média, 200 toneladas/dia, incluindo pescados de água salgada, de rio, de cativeiro e importados. Os peixes são vendidos inteiros, muitas vezes em caixa, e nem todo fornecedor está disposto a negociar com consumidor final. Mas, com bom papo e paciência, dá para fazer bom negócio. Neste caso, as dicas de ouro são vestir galochas para se proteger do piso molhado e levar seu próprio isopor.

Dias, horários e mais

Varejão (feira livre)

Quarta-feira
Horário:
14h/22h
Entrada veicular: Portão 7
Estacionamento: grátis por até 3 horas

Sábado
Horário: 7h/12h30
Entrada veicular: Portões 3, 4 e 13
Estacionamento: grátis

Domingo
Horário: 7h/13h30
Entrada veicular: Portões 3, 4 e 13
Estacionamento: grátis

Feira das Flores

Segunda e quinta
Horário:
22h30/9h30
Entrada veicular: Portão 4
Estacionamento: R$ 12 (até 1h); R$ 20 (até 2h) e R$ 28 (até 12h)

Pescado

Terça, quinta e sábado
Horário:
1h/6h
Entrada veicular: Portão 15 (acesso pela Rua Xavier Kraus, 1191)
Estacionamento: R$ 12 (até 1h); R$ 20 (até 2h) e R$ 28 (até 12h)

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Ceagesp - Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946, Vila Leopoldina.

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