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Titanic: 9 detalhes do naufrágio que provavelmente você ainda não sabia

Primeiras saídas do RMS Titanic após deixar estaleiro Imagem: Getty Images

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL

15/04/2022 04h00

Uma das maiores catástrofes da história naval, o naufrágio do Titanic completa 110 anos nesta sexta-feira (15) ainda envolto em mistério. O desastre deixou 1.514 mortos na madrugada de 15 de abril de 1912, após o transatlântico bater em um iceberg no meio do oceano Atlântico.

O choque contra o bloco de gelo gigante ocorreu na noite anterior, por volta das 23h40 (horário local). Às 2h20, a "inaufragável" embarcação se partiria em duas e tão logo desapareceria — com 710 sobreviventes resgatados pelo navio Carpathia, que recebeu pelo rádio o pedido de socorro.

O capitão Edward John Smith, do Titanic Imagem: Domínio Público

1. Capitão ia se aposentar

A tragédia aconteceu no quarto dia da viagem inaugural. O capitão Edward J. Smith comandava o Titanic naquela que seria a sua última jornada antes de se aposentar. Experiente nos mares, ele morreu no acidente. Ao longo dos anos, Smith seria tratado ora como um herói, ora como culpado pela catástrofe.

Na noite de 14 de abril, apesar de ao menos seis avisos de icebergs na rota, o Titanic seguiu a toda a velocidade (40 km/h) até o choque. A colisão provocou uma série de cortes no casco da embarcação. Com o equilíbrio comprometido, o transatlântico se dividiu em dois e começou a submergir.

O tour começa contando um pouco sobre a história da embarcação, que teve início na tentativa feita por J. Bruce Ismay (foto), presidente da White Star Line Imagem: Vivian Ortiz/UOL

2. Dono do Titanic se salvou do acidente

Coube ao capitão Smith emitir duas ordens: uma para enviar mensagens de socorro por telégrafo e outra para que os passageiros deixassem o navio em botes salva-vidas. O problema é que havia somente 20 botes, o suficiente para um terço das pessoas. O Titanic deveria ter 48 equipamentos.

A maioria das vítimas morreu por hipotermia, uma vez que a temperatura da água era de 2 graus negativos.

Entre os sobreviventes da catástrofe estava J. Bruce Ismay, presidente da White Star Line e dono do Titanic, que se salvou em um dos botes. Acusado de covardia, ele caiu no ostracismo e foi à falência.

Outro detalhe que chama a atenção: não bastasse a quantidade ínfima de botes salva-vidas em uma embarcação com mais de 2.200 passageiros, a maioria deixou o local do naufrágio com muitos assentos vazios. Com capacidade para 65 pessoas, o primeiro bote, por exemplo, levou apenas 28 pessoas.

3. Telégrafo está no fundo do mar

A RMS Titanic Inc, que detém s direito para resgatar artefatos da embarcação naufragada, quer buscar o telégrafo sem fio Marconi. Até hoje a peça não foi encontrada e partiram desse aparelho os pedidos de ajuda que salvaram 710 pessoas.

Para recuperar o equipamento, seria preciso olhar uma área sob as águas americanas, em que ainda pode conter restos mortais das mais de 1.500 pessoas.

A Justiça do Estado da Virgínia (EUA) chegou a autorizar a expedição, que aconteceria em 2021. Mas o governo norte-americano alegou que isso violaria a lei federal e não respeitaria um acordo internacional com o Reino Unido que reconhece o navio naufragado como um memorial aos mortos.

Em 1985, os destroços do transatlântico foram encontrados a 650 quilômetros a sudeste do Canadá pela equipe do oceanógrafo Robert Ballard, a quase 4.000 metros de profundidade nas águas do Atlântico Norte.

4. Incêndio teria afetado o casco

Um incêndio no depósito de carvão que teria atingido o casco do navio deixou a estrutura até 75% menos resistente. A hipótese é aventada pela jornalista Senan Malony, que estuda a tragédia há anos. Para ela, o fogo afetou o local perfurado pelo iceberg cerca de três semanas antes do naufrágio.

Para defender a tese, ela usou fotografias pouco conhecidas feitas pelo principal engenheiro eletrotécnico do navio antes de sua saída do estaleiro. As imagens mostram marcas pretas ao longo do lado direito dianteiro do casco.

5. Nomes falsos atrapalham a identificação

Mesmo 110 anos após o naufrágio, poucos dos 1.514 mortos foram identificados. Autoridades envolvidas na investigação da tragédia afirmam que um dos motivos para essa lacuna é que muitos passageiros a bordo do Titanic viajavam com nomes falsos.

No cemitério de Fairview, na cidade canadense de Halifax, estão enterradas cerca de 100 pessoas que estavam no barco, sendo 30 ainda sem identidade clara.

Em 2008, 96 anos depois do desastre, um dos túmulos passou a ter como inscrição o nome de Sidney Leslie Goodwin, um até então desconhecido bebê de 19 meses de vida. A identificação só foi possível por meio de detalhados testes de DNA e uma pesquisa genealógica mundial.

6. Escritor 'previu' tragédia

Reza a lenda que, 14 anos antes do acidente, em 1898, o escritor Morgan Robertson lançou o livro "Futility, or the Wreck of the Titan" (Futilidade ou O Naufrágio do Titan, em tradução literal). A obra relata a história do transatlântico Titan que, tal qual o famoso navio, afundou no Atlântico Norte após bater em um iceberg.

Dois detalhes são assustadores. O primeiro: no livro o nome do capitão, Smith, é o mesmo da história da vida real. Além disso, o mês em que os acidentes aconteceram também chama atenção: abril.

7. Navio próximo ignorou pedido de socorro

O navio Californian cruzou o oceano Atlântico na madrugada de 15 de abril de 1912 e esteve muito próximo de onde o Titanic se acidentou.

Entre 23h40, quando houve a batida no iceberg, e 2h20, quando o navio começou a afundar, foram vários os pedidos de socorro enviados ao Californian. Os chamados não passaram despercebidos, uma vez que tripulantes da embarcação viram sinalizadores.

Existe uma versão de que a equipe chegou a acordar o capitão para alertar-lhe sobre o que acontecia, mas este não dera a mínima importância.

8. Simulação de evacuação cancelada

Outra suposta revelação em torno do naufrágio aponta que uma simulação de evacuação estava prevista para acontecer em 14 de abril de 1912 - coincidentemente o dia do desastre. O procedimento, no entanto, foi cancelado por decisão do capitão Smith e ninguém sabe o por quê.

Tal simulação permite que tripulações aprimorem as habilidades de preparar os botes salva-vidas, lançá-los ao mar e guiá-los.

No caso do Titanic, os passageiros também poderiam ter sido preparados para uma possível evacuação de maneira segura, sem entrar em pânico e sob todos os protocolos de segurança de como se comportar em casos de emergência.

9. Rebites de baixa qualidade

Cientistas já apontaram que a Harland & Wolff utilizou rebites (fixadores metálicos) defeituosos na construção simultânea do Titanic e de seus dois irmãos, o Olympic e o Britannic.

O transatlântico afundou rapidamente depois da colisão com o iceberg por causa do uso de rebites abaixo do padrão, mais baratos, que perderam suas "cabeças" e permitiram a entrada de toneladas de água gelada no navio.

De acordo com os pesquisadores, os arquivos da própria empresa mostram evidências de uma mistura mortal de rebites de baixa qualidade e excesso de ambição. A companhia, no entanto, refuta as versões.

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