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Apolinho: A turma fica depreciando o estadual, mas o povo ama

Do UOL, em São Paulo

20/06/2021 04h00

Os campeonatos estaduais ajudaram a criar grandes rivalidades no futebol brasileiro e a marcar eras de grandes times em diferentes regiões do país, mas há alguns anos passaram a ser tratados com menor relevância, dado o crescimento de outras competições nacionais e internacionais, com o Campeonato Brasileiro disputado durante oito meses e a Libertadores se prolongando por todo o ano, mas o radialista Washington Rodrigues, o Apolinho, defende campeonatos como o Carioca, o Paulista, o Mineiro, entre outros, das críticas.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira, no programa Dividida, do Canal UOL, Apolinho afirma que a visão de que os estaduais não são importantes passa mais pelos jornalistas do que pelo torcedor e cita a emoção de Muricy Ramalho na conquista do título paulista deste ano pelo São Paulo.

"Essa turma que fica depreciando o nosso campeonato estadual, dizendo que não vale nada. Isso só o jornalista que acha assim, o povo não, o povo ama o estadual, seja aqui, seja em São Paulo. Vê o que a torcida do São Paulo, você vai lembrar, o campeonato não vale nada, aí você vê um profissional do gabarito, da história do Muricy Ramalho chorando sentado sozinho porque o São Paulo foi campeão estadual, acha que não vale nada? Um homem com a história dele, você acha que não vale nada ver um cara desse chorando porque o time dele foi campeão com a participação e o trabalho dele", diz Apolinho.

"O Dani Alves é um cara multicampeão pelo mundo afora, onde o cara foi, foi campeão de tudo. Multicampeão, o cara lesionado, o cara vai para o estádio, bota a roupa sem poder participar do jogo, vai para o campo e se emociona dizendo que é campeão, que ele estava sentindo a alegria de ser campeão, mesmo sem jogar, no clube que justificou a paixão dele pelo futebol. A paixão dele pelo futebol nasceu pelo amor dele pelo São Paulo, onde é que ele criou? Nos estaduais, meus Deus do céu", completa.

Apolinho afirma que os estaduais ajudaram a criar a paixão pelo futebol brasileiro por serem os torneios disputados até o final dos anos 1950, quando foi criada a primeira competição nacional, e que embora não tenha o mesmo peso atualmente, ainda atrai o interesse do público.

"Nós forjamos a nossa paixão pelo futebol no Campeonato Carioca, Campeonato Mineiro, Campeonato Paulista, Campeonato Gaúcho. Um Gre-Nal, o que movimenta, esse jogo Fla-Flu, 25 milhões de telespectadores acompanharam o Fla-Flu, sem que a TV Record seja uma emissora líder nacional de audiência, ela conseguiu ser em função do Fla-Flu", diz Apolinho.

"Como é que você diz que não vale nada um negócio desse, rapaz? Isso é você chutar contra a sua própria baliza, você chuta contra o seu próprio produto, produto que te sustenta, os caras vão para a televisão, sentam ali com aquele ar doutoral, 'não, campeonato estadual tem que acabar, não vale nada'. E hoje tem a competição, antigamente era só o Carioca, depois o Carioca e o Roberto Gomes Pedrosa, Rio-São Paulo e mais nada. Agora tem Campeonato Carioca, Campeonato Paulista, tem Copa do Brasil, tem a Libertadores, tem a Sul-Americana, Campeonato Brasileiro. Os caras enfiam um torneio atrás do outro e aí e fica achatado e, como é o primeiro, ele sofre, vira praticamente uma pré-temporada", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.

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