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Catar pagou 3,5 milhões de dólares para sediar Mundial de Atletismo

18/11/2016 17h53

Paris, 18 Nov 2016 (AFP) - O fundo de investimento catariano QSI pagou cerca de 3,5 milhões de dólares a uma empresa de marketing esportivo chefiada pelo filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) Lamine Diack para sediar o Mundial-2017, finalmente cedido a Londres, publicou nesta sexta-feira o jornal francês Le Monde.

O jornal francês teve acesso a duas transferências no valor total de 3.499.950 dólares, segundo dados obtidos pela receita norte-americana.

O valor foi enviado pela Oryx Qatar Sports Investments (QSI) à empresa Pamodzi Sports Consulting, dirigida por Papa Massata Diack, em 13 de outubro e 7 de novembro de 2011.

Algumas semanas antes, em 5 de setembro, Doha havia anunciado sua candidatura para sede do Mundial de atletismo de 2017. Quatro dias depois do segundo pagamento, Londres entrou na corrida para organizar o evento e acabou vencendo.

Em 2013, o Catar foi escolhido sete do Mundial de atletismo de 2019, superando Eugene, nos Estados Unidos, e Barcelona, prometendo investir 37 milhões de dólares em patrocínios e direitos audiovisuais.

Conselheiro da Iaaf até 2014, Papa Massata Diack é suspeito de ser um dos atores principais no sistema de corrupção estabelecido nas esferas da Iaaf para encobrir os casos de doping no atletismo russo, em troca de dinheiro.

Atualmente, Diack vive no Senegal e tem um mandato de prisão internacional emitido pela justiça francesa, que investiga o caso. Seu pai, Lamine Diack, presidente da Iaaf de 1999 a 2015, foi condenado em novembro de 2015 por corrupção e lavagem de dinheiro neste mesmo caso.

Contactados pelo Le Monde, Papa Massata Diack e QSI não responderam ao jornal.

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