COB não vetará que atleta preste continência, mas rejeita politização

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) não irá proibir os atletas que estarão em Paris para os Jogos Olímpicos, em julho, de prestar continência no momento de receber medalhas.

Paulo Wanderley, presidente da entidade, deixou claro que caberá a cada atleta decidir o que fazer. "Problema deles. Se eles gostam, não tem nenhum problema", afirmou o dirigente olímpico que, nesta semana, está em Paris.

"Não é uma competição militar. O mais apropriado seria nesses eventos", disse. Mas insistiu que não iria vetar caso alguém opte por fazer o gesto militar.

A saudação militar causou polêmica a partir de 2016, quando diversos atletas que ganharam medalhadas adotaram a postura diante do hino nacional.

Todos os atletas, porém, terão de assinar dois documentos para embarcar para Paris. Um do COI e outro do COB, ambos alertando e vetando que o evento seja transformado em um palco político.

"Cumprimos rigorosamente as regras do COI, que dizem que o esporte não se envolve na política. Quando isso ocorre, o COI interfere", disse o brasileiro.

No Brasil, parte da equipe que segue para Paris é composta por atletas que fazem parte das forças militares. Cada um deles ganha uma bolsa de cerca de R$ 7 mil por mês e pode acumular inclusive com a renda obtida em outros programas do governo.

Mas não há qualquer obrigação de retribuir o pagamento, salvo concorrer em alguns dos eventos oficiais das diferentes forças.

A politização do pódio vai estar no centro das atenções em Paris. Com guerras na Ucrânia, Gaza, tensão geopolítica, o COI já avisou que estará atento a tudo o que ocorrer. Um dos debates é sobre eventuais bandeiras palestinas ou lenços tradicionais - o Keffiyeh - que possam surgir como forma de mandar uma mensagem.

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Há também o temor de que delegações sejam pressionadas por seus governos a não competir contra atletas israelenses.

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