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Leandro Lo: investigação descarta legítima defesa em assassinato de lutador

Do UOL, em São Paulo

08/08/2022 16h28Atualizada em 09/08/2022 10h22

A investigação que apura o assassinato do lutador Leandro Lo, morto neste fim de semana durante uma festa em São Paulo, descartou legítima defesa por parte do policial Henrique Velozo, responsável pelo tiro que acertou a testa do esportista. O autor do disparo foi denunciado por homicídio qualificado e está preso preventivamente por 30 dias — prorrogáveis por mais 30.

De acordo com apuração do UOL Esporte, as autoridades tratam o caso como assassinato pelo fato de a bala ter acertado o rosto, e não partes inferiores do corpo do paulista de 33 anos, o que poderia caracterizar legítima defesa.

Em entrevista concedida na tarde de hoje, o delegado José Eduardo Jorge, titular do 16° DP da Vila Clementino, afirmou que a arma utilizada por Velozo no crime era de propriedade da Polícia Militar.

"O que nós sabemos é que houve um mal-entendido dentro do show. As pessoas envolvidas, por causa de uma garrafa que ainda estamos em apuração, se desentenderam. [...] Segundo as testemunhas ouvidas no dia dos fatos, o lutador teria imobilizado o policial no chão. Quando aquela turma do 'deixa disso' [entrou], o policial teria levantado, dado a volta e ficado de frente pro lutador. Aí tirou a pistola e deu um tiro na testa [de Leandro Lo]. [A pistola] é da corporação, está apreendida junto com o celular", iniciou ele. Ainda não é possível saber se o policial havia ingerido bebida alcoólica na noite do crime.

O delegado ainda contou como foi a postura de Velozo assim que chegou à delegacia. "Ele já foi indiciado formalmente no homicídio. Foi indiciado porque ele se apresentou à corporação dele. Ele não falou nada, não cumprimentou nem a autoridade com 'bom dia' ou 'até logo'. É direito dele."

Dez armados no evento

Além do responsável pelo tiro, outras nove pessoas portavam armas durante o show no Clube Sírio, conforme explicado por Jorge.

"Tinham mais nove pessoas armadas lá dentro, inclusive pessoas que estavam a trabalho, como policiais civis, militares e penitenciários que estavam fazendo escolta. Todas as pessoas — até onde sabemos — que entraram armadas deixaram seus nomes e seus documentos na portaria do clube. É o procedimento. O próprio policial também."

Ainda de acordo com a autoridade, a imagem fornecida pelo Clube Sírio no momento do disparo "é muito ruim". "Não tem condição nenhuma de você reconhecer ninguém", finalizou o delegado.

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