A falta de dinheiro colocou Fred com as costas na grade ali por 2003. Ele disputou o Mundial de jiu-jitsu pela última vez e largou. Foi trabalhar como segurança de shopping e depois como vendedor de eletrodomésticos. Por indicação de amigos, decidiu tentar entrar para a Marinha.
Passou na prova e hoje atua como mergulhador de combate. Uma missão em alto mar o deixou incomunicável por alguns dias. "Eu já estava nervoso, porque a luta está chegando. A gente fica naquela pressão pré-luta, a mil".
Fred encara a saída das lutas como um sacrifício necessário. Foi trabalhar para que os irmãos pudessem seguir. Com ele fora, Durinho assumiu o posto de irmão mais velho. Era sua responsabilidade ser o mentor de Herbert, que seguia com ele no jiu-jítsu. Vendo o sacrifício do irmão, traçou uma meta para não passar pelo que ele passou.
"Foi nessa época que entendi que tinha que levar a luta a sério. Sabia o quanto meu irmão queria fazer aquilo e quão bom ele era. Transformei aquela pressão em algo positivo. Do tipo: 'putz, se meu irmão estivesse aqui, ele ia fazer essa parada bem pra caramba. Eu, que tenho a oportunidade de fazer, tenho que fazer meu melhor'. Era uma coisa que eu tinha que dar de volta para o meu irmão, sabe?".
Durinho conseguiu chegar aos 18 anos com um patrocinador. A grana não era muita, mas suficiente para que não precisasse abandonar o jiu-jítsu. "Eu não tinha dinheiro, mas, putz, pagava minha faculdade, minha moto, minhas competições". O patrocinador ainda dava cestas básicas que tornavam a vida da família menos dura.