A seleção brasileira ostenta 11 jogos sem derrota, somando Eliminatórias, Copa América e amistosos, mas há quem critique o nível dos adversários. Rivaldo está neste grupo. Para um dos craques do Brasil na conquista do pentacampeonato mundial de 2002, o ideal seria testar a seleção contra rivais principalmente da Europa.

"Se houver possibilidade, seria muito bom enfrentar seleções fortes, que são favoritas para o Mundial, como Espanha e França. Sabemos que tem problemas de pandemia e de calendário, mas eu gostaria, sim, que a CBF marcasse dois ou três jogos contra europeus para a seleção ter jogos mais difíceis, fora de casa, para se sentir como em um Mundial", diz o ex-jogador.

Mas quem é melhor com a camisa 10 da seleção: Neymar ou Rivaldo? O pentacampeão diz que não dá para comparar. "É diferente, são outros adversários, outra maneira de jogar. Eu fui feliz da maneira que joguei, e o Neymar é hoje", diz.

Com o talento que ele tem, toda a qualidade, seria uma pena ele um dia parar de jogar sem ter a Copa do Mundo, sem ser o melhor jogador do mundo. É claro que o dinheiro é importante, a fama e tudo que ele conquistou também são, mas a Copa e o prêmio ficam marcados."

Eleito o melhor jogador do mundo em 1999, Rivaldo sabe como esse reconhecimento muda a vida de um atleta. "Alguém pode até dizer que isso não importa, mas importa, sim. Depois o tempo passa, e você sabe que tinha tanto talento e não conquistou alguma coisa? É como o Messi não ser campeão com a Argentina", compara.

São poucos os camisas 10 canhotos que fizeram história no Barcelona, portanto Rivaldo fala de Lionel Messi com conhecimento de causa. O contrato do craque terminou nesta semana, e ele está livre no mercado. Em meio à indefinição, o brasileiro sugere que o Barça pense além das quatro linhas.

"Deveriam fazer um contrato não de dois ou três anos, mas que ele fosse um patrimônio do clube depois de se aposentar. Tinha que ser um contrato de uns dez anos, alguns como jogador, os outros dentro do clube, com sua imagem. Ele traz patrocinadores para o clube", diz Rivaldo.

Na visão de ex-jogador, o argentino ainda não decidiu seu futuro porque queria ver qual companhia teria no elenco do Barcelona. "O Messi de 34 anos é totalmente diferente do Messi de 25. A cada ano as coisas vão mudando, já não são tão fáceis como eram. Só que a pressão é a mesma, da imprensa e de todos, de que o Messi tem que continuar fazendo 50, 60 gols por ano. Por isso ele tem que saber quem vai ajudar".

Rivaldo foi um dos ex-atletas que apoiou a candidatura e boa parte do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Na última campanha presidencial, ele fez uma publicação nas redes sociais defendendo o candidato de extrema-direita, listando aqueles que seriam "os verdadeiros problemas do Brasil" em sua visão: "crise econômica, desemprego, violência, saúde, educação e corrupção (...) Precisamos que ele [Bolsonaro] resolva os problemas do nosso país".

A crise econômica virou recessão no Brasil, e o desemprego está no patamar recorde de 14,7%. Mais de 500 mil pessoas já foram vítimas de covid-19 nesta pandemia, e o Ministério da Saúde hoje tem suspeitas de corrupção na compra de vacinas.

Questionado se o presidente resolveu estes problemas no Brasil, Rivaldo preferiu não responder. "Por mim eu até responderia, sem problema, mas o combinado [com a assessoria] foi não falar sobre isso", afirmou.