Poucos apostariam, no início da temporada, que a final da Sul-Americana teria dois clubes brasileiros. E o número de palpites seria ainda menor para apontar o duelo de hoje (20) entre Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino. Mas os dois postulantes ao topo não chegaram até aqui por acaso. Longe disso. Suas campanhas servem como exemplo de uma nova fase do futebol brasileiro. Enquanto instituições de longa tradição penam para sair da Série B, forças emergentes disputam um troféu no Uruguai.
É fácil achar semelhanças entre Furacão e Massa Bruta. Dois clubes que fogem do padrão de organização nacional, com estruturas mais profissionais e firmes em suas posturas dentro e fora de campo.
O time do Paraná pode ser considerado um desbravador —até hoje carrega em seu manifesto o orgulho de "fazer diferente". Foi um primeiro título da Sul-Americana de 2018 que abriu caminho para a arrancada recente, que teve título da Copa do Brasil logo em seguida. Motivos de sobra para colocar o Rubro-Negro como um clube que já chacoalha o conceito sobre quais seriam os grandes clubes do país hoje.
Já o Red Bull Bragantino trilhou um caminho da profissionalização completa, bem mais recente. Ao contrário da maioria das agremiações no país, vive sob regime de clube-empresa com modelo de negócio que regula suas ações no campo ou nos gabinetes. Em seu segundo ano consecutivo de Série A, atropelou o próprio planejamento de metas e já pode erguer uma taça internacional.