Há pouco mais de quinze anos, o alagoano Kevyn Matheus Oliveira da Silva nasceu. Teve de ser prematuro porque o amor que sobrava à mãe faltou ao pai. O homem batia sempre na mulher e, com seis meses de gestação, o menino veio ao mundo. Não enxergava, algo que só foi descoberto dez meses depois de seu nascimento.
Há 15 anos, Kevyn, a mãe e os três irmãos mais novos sobrevivem com o benefício da aposentadoria do garoto — um salário mínimo que dá conta de cinco bocas. Apesar das dificuldades financeiras, ele nunca se importou com isso. Somente queria estar presente em um jogo do CSA, na arquibancada, no meio daquele clima que ouvia pelo rádio religiosamente.
Aconteceu quando a mãe, Márcia Silva, entrou em contato com a torcida Azulcrinadas. O grupo é formado por mulheres que acompanham o clube. Elas descobriram a história do menino e se mobilizaram. As torcedoras compraram ingressos para mãe e filho.
A camisa do clube já estava garantida. O avô do menino tinha dado de presente em dezembro do ano passado, em comemoração aos seus 15 anos. Kevyn conheceu os jogadores no vestiário antes da partida, participou da oração do grupo e entrou em campo com os jogadores - estava ao lado de Rafael Bilu, seu favorito.