Textor pede para Leila abaixar as armas e diz: "Você não conhece as provas que entreguei"

Dono da SAF do Botafogo, John Textor voltou a falar sobre o suposto esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro nesta quarta-feira após prestar depoimento na delegacia. Em declarações na zona mista depois de assistir à derrota do Glorioso no Nilton Santos, o dirigente pediu calma para Leila Pereira e Julio Casares, respectivos presidentes de Palmeiras e São Paulo - dois clubes que estiveram envolvidos em suas últimas denúncias.

"Leila, abaixe suas armas. Você não conhece as provas que eu entreguei. Julio (Casares), do São Paulo, cara, você é meu amigo. Eu ainda não consegui conversar com você sobre isso por causa da natureza das provas que eu tenho. Aparentemente, eu me importo mais com as regras do jogo do que o STJD. Eles querem que eu entregue os nomes dos acusados... bom, essas pessoas têm seus direitos. Eu posso provar 100% que isso aconteceu", declarou o dirigente na zona mista.

Em nota oficial divulgada em seu site na última segunda-feira, Textor disse ter "evidências pesadas" de que o Palmeiras vem sendo beneficiado pela arbitragem há, pelo menos, duas temporadas. O empresário, inclusive, afirmou que o Choque-Rei pelo Brasileiro 2023 foi manipulado por jogadores do São Paulo, mas não apresentou provas.

No Allianz Parque, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras contou com gols de Piquerez (2x), Marcos Rocha e Breno Lopes (2x) para golear o Tricolor por 5 a 0. Com a vitória, o time alviverde, então quarto colocado, chegou aos 50 pontos, nove a menos que o líder Botafogo. O comunicado do dirigente destacou que "de acordo com especialistas e inteligência artificial, o jogo foi manipulado por, pelo menos, cinco jogadores do São Paulo".

No entanto, nesta quarta-feira, Textor negou ter acusado diretamente os dois clubes de envolvimento no suposto esquema de manipulação de resultados. Apesar de não ter divulgado publicamente as provas que alegou ter, o profissional afirmou que já entregou-as para os responsáveis.

"Eu não fiz nenhuma acusação contra o Palmeiras, nenhuma contra o São Paulo. O que eu fiz foi entregar provas de manipulações de resultados que envolvem jogadores. Eu não sei quem fez essas pessoas se envolveram nisso. Eu não se sei foi alguém específico, esse não é meu trabalho. Estou tentando administrar um clube de futebol. Mas quando isso aconteceu no ano passado e devastou o campeonato (Brasileiro), eu descobri que isso aconteceu também no ano anterior, e teve impacto em outros times diferentes que não têm nada a ver com o Botafogo. Então sim, eu vou fazer algo a respeito", apontou o dono da SAF do Botafogo.

Embora tenha dito que não chegou a especificar quais times teriam sido favorecidos, Textor voltou a, novamente, acusar o Palmeiras de ter sido favorecido, dessa vez "matematicamente". No ano passado, o Botafogo chegou a abrir 13 pontos de vantagem na liderança do Brasileirão, mas teve uma queda brusca de desempenho no segundo turno e foi ultrapassado pelo Palmeiras, que levantou seu 12º título.

"Não é um clube específico. Eu posso dizer que, matematicamente, sim, favoreceu significativamente o Palmeiras baseado no que eu vi. Mas eu tenho uma visão limitada, não tenho poder de investigação. Pode ser que eu tenha visto uma forte concentração que afetou o campeonato no ano passado. Podemos descobrir que há uma razão diferente para isso. Como disse, a tecnologia pode dizer o que aconteceu, mas não o porquê. Então me deixem entregar isso aos investigadores, porque nós não sabemos de tudo. Provas? É uma quantidade gigante, admissíveis no tribunal, com credibilidade e já alinhadas com as maiores entidades esportivas", finalizou o norte-americano.

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Palmeiras e São Paulo já tinham se pronunciado sobre as declarações do dono da SAF do Botafogo na última segunda-feira. Os dois clubes, inclusive, afirmaram que acionariam seus respectivos departamentos jurídicos. A Federação Paulista de Futebol (FPF) também se manifestou sobre o caso e se colocou à disposição das equipes.

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