Topo

Internacional

Inter: Autuori explica ações no grupo e quer 'facilitar a vida' de Medina

Paulo Autuori, novo diretor técnico do Internacional - Ricardo Duarte/Inter
Paulo Autuori, novo diretor técnico do Internacional Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/04/2022 10h37

Paulo Autuori foi apresentado como diretor técnico do Inter. Hoje (4), o profissional falou sobre sua função com comissão técnica e grupo de jogadores, além de demais núcleos de profissionais do Colorado. Em uma entrevista longa, citou a ideia de 'facilitar a vida' da comissão técnica, elogiou Alexander Medina e quer agir rapidamente com o elenco.

"Meu trabalho é facilitar a vida do treinador, e a isso vou me dedicar. Fazer com que os dirigentes entendam as ansiedades e necessidades que todo treinador tem, e fazer com que eles entendam as necessidades que o clube tem em relação às diversas áreas de sua gestão. Não vejo nenhuma dificuldade. Já começamos reuniões com os núcleos distintos do futebol. Passo a passo vamos chegar", explicou.

A escolha por Autuori foi exatamente para estabelecer uma ligação mais firme entre os profissionais de campo e a direção do clube. Além da comissão técnica, agir no grupo de jogadores para que o rendimento seja satisfatório.

"Uma coisa que eu exijo sempre é que nós somos o que somos e temos que ser isso em todas as circunstâncias e momentos, em qualquer lugar e diante de qualquer pessoa. Não dá para ser uma pessoa quando as coisas ocorrem bem e outra nos momentos difíceis. Futebol é vida, e eu entendo que os problemas vão acontecer. Temos que antecipá-los, criar cenários. Se não criamos os cenários, não estamos preparados para responder da melhor maneira", contou.

No grupo de atletas, Autuori citou que irá buscar entender as necessidades de cada momento, seja para cobrança ou incentivo de determinado jogador.

"Pressão é algo vulgar no futebol. Quem entrar no futebol e não se der conta que irá viver assim, não terá vida longa. Mas não se pode perder suas convicções. Há situações em que se tem que tomar medidas impopulares, mas elas são necessárias. E uma coisa é necessidade, outra é vontade pessoal. A prioridade é sempre da necessidade. Este é o caminho que vamos seguir, com novos procedimentos e práticas no dia a dia em relação ao funcionamento do futebol", comentou.

"Talvez alguns jogadores que se tenham uma visão não tão boa de fora, podem, com uma nova exposição, passar por outras situações. Tive situações de jogadores que se achava que eram incapazes. Se rotulava. Mas não se dava espaço para serem expostos a novos procedimentos e ver a resposta. Eu vivencio isso todos os dias. É uma questão de equilíbrio", completou.

O novo diretor técnico ainda elogiou a comissão de Alexander Medina e sua manutenção no comando técnico do Inter apesar dos insucessos recentes.

"Meu contato com os jogadores é diário, assim como na comissão técnica. O Inter tem uma comissão técnica de muito bom nível. Nem sempre os estrangeiros que vêm trabalhar aqui, e eu trabalhei 25 anos fora do Brasil, fui estrangeiro lá, tem interesse em ler o contexto. O Medina tem algo extraordinário que é saber ler esse contexto. Muitas vezes o profissional quer repetir o que fez no seu país, sem perceber que há uma cultura e hábitos distintos. Você tem que estar atento à cultura, sem ferir suas ideias. Percebi isso no Medina na maneira com que se comunica, que pude conversar com ele, sobre como vivencia o Brasil. Meu contato é diário, sei exatamente minha função. Como homem do futebol, entendo com facilidade as necessidades e anseios de todos no dia a dia, e na direção. Estarei pronto para fazer com que se entendam de uma maneira lógica nas decisões que forem tomadas de todas as partes", afirmou.

Por fim, ele valorizou a capacidade mental, dizendo que muitas vezes uma equipe inferior tecnicamente pode superar rivais por sua força psicológica e coletiva. Outro fator que tenta, imediatamente, fomentar no Inter.

"O fim do processo é o jogo, e até lá há o invisível, que para as pessoas não interessa. E isso é normal. Temos que interagir. A falta de comunicação é terrível em termos de gestão e de vida. Interagir e comunicar", finalizou.

Internacional