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Eliminação no PSG encolhe ambição de Neymar antes da Copa e alerta seleção

Neymar ontem (9), no jogo de eliminação do PSG contra o Real Madrid na Liga dos Campeões da Europa Imagem: Javier Soriano/AFP

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

10/03/2022 15h00

Classificação e Jogos

Neymar é o nome mais esperado da lista de convocados da seleção brasileira que será anunciada amanhã (11), às 11h (de Brasília), pelo técnico Tite. Desfalque nos três últimos jogos com a Amarelinha, ele volta para fazer sua estreia na temporada que só termina com a busca pelo hexacampeonato mundial na Copa do Qatar, entre novembro e dezembro.

O problema é que o retorno do camisa 10 para a seleção acontece em um contexto que nenhuma das partes envolvidas esperava: com o Paris Saint-Germain, Neymar foi eliminado precocemente da Liga dos Campeões da Europa, ainda na fase de oitavas de final. Esta queda atrapalha os planos que o jogador de 30 anos tinha para este período de oito meses até a Copa e deixa em alerta a própria seleção, que se entende em um papel de auxiliar na recuperação técnica e moral do astro.

O projeto de Neymar para 2022 era retomar o protagonismo no PSG como um dos jogadores mais influentes do mundo. Nos bastidores, a promessa era de entrega máxima nesta temporada europeia, que termina com a final da Champions em 28 de maio. Depois das férias no meio do ano, o planejamento consistia em pegar mais leve nos primeiros jogos da temporada 2022/2023 para evitar lesões que o atrapalhassem no Qatar, como aconteceu na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

Agora os planos estão suspensos, porque daqui até o meio do ano há poucos objetivos que mobilizem. Fora da Champions e da Copa da França, o PSG tem mais 11 jogos do Campeonato Francês pela frente. O time tem 12 pontos a mais que o Nice, segundo colocado, e o título parece só uma questão de tempo. Seria a quarta taça nacional de Neymar, ou seja, nada que lhe tire o sono.

Já 2022/2023 começa com pré-temporada, início dos torneios locais e fase de grupos da Liga dos Campeões, prevista para acabar nos primeiros dias de novembro — o mata-mata será só em fevereiro do ano que vem, depois da Copa. O resumo é: não há nada previsto no calendário de clubes que motive decisivamente a Neymar, em um encolhimento de ambições que preocupa pessoas de seu entorno e a própria seleção.

É como se fosse necessário acender uma chama em Neymar para que ele possa se dedicar à preparação para o Mundial e não diminua a empolgação. Fisicamente, o camisa 10 do PSG e da seleção também preocupa. Ele fez o quinto jogo seguido desde a recuperação da lesão no tornozelo e dá sinais de melhora, como identificou Tite em entrevista ao "TNT Sports".

O Neymar teve uma boa atuação numa retomada. Ele teve a assistência no gol [contra o Real Madrid]. Ele teve uma outra assistência num gol anulado [de Mbappé]. Neymar teve participações efetivas num posicionamento já diferente. Ele e Mbappé na frente eram os dois que você via na iminência de fazer o gol (...) E também concordo que ele tem mais para dar, na medida que ele vai adquirir ritmo, que terá sequência de treinos."

Neymar cumprimenta Tite durante treino da seleção brasileira em Manaus, em outubro de 2021 Imagem: Mauro Neto/Faar

O tal "posicionamento já diferente" mencionado por Tite é de Neymar como meia, e não mais como um atacante aberto. O treinador pensa a seleção em um esquema tático próximo do 4-1-4-1, com Neymar alinhado com Lucas Paquetá na criação de jogadas ao lado de dois pontas [Raphinha e Vinicius Júnior]. Por trás, um volante [Casemiro]. Na frente, um centroavante.

Quem vai ser o centroavante?

A convocação de amanhã vai antecipar algumas respostas desta pergunta, que é o grande enigma da seleção para a atual janela de jogos. O titular dos últimos desafios, Matheus Cunha, está fora por causa de uma contusão no joelho.

Outro que podia ser opção é Roberto Firmino, que foi desfalque nos dez últimos jogos da seleção. O problema é que ele não consegue se livrar de problemas físicos, está sem jogar há quase um mês pelo Liverpool e dificilmente será convocado agora. Richarlison também é baixa com a Amarelinha há dez jogos, mas ao contrário do concorrente já está bem fisicamente e pode reaparecer na lista.

Último jogo da seleção foi um 4 a 0 sobre o Paraguai no Mineirão, sem Neymar Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Gabriel Jesus e Gabigol são as opções óbvias, não enfrentam lesões e serão convocados. Uma possível novidade é Pedro, companheiro de Gabigol no Flamengo, e que faz parte da pré-lista de convocados. Essa pré-lista é uma burocracia que a CBF precisa cumprir com clubes e federações e tem mais nomes que o normal. Ou seja, é possível que Pedro não esteja entre os 25 finais.

Outros integrantes da pré-lista vazada são Gabigol e Everton Ribeiro (Flamengo), além do zagueiro Nino (Fluminense). O meia Raphael Veiga, do Palmeiras, é mais um jogador em alta, dentro do radar da seleção, e que pode ganhar espaço. O lateral-esquerdo Guilherme Arana, do Atlético-MG, viveu impossibilidades nas duas últimas convocações e a tendência é que tenha chance.

Entre os nomes mais frequentes da seleção, exceção a Matheus Cunha e Roberto Firmino, só Alex Sandro enfrenta problemas físicos. Ele não joga há três semanas e voltou a treinar sem restrições somente hoje (10). Portanto, é dúvida em razão do recondicionamento físico. O lateral-direito Danilo, seu companheiro na Juventus, ficou fora da última convocação e pode voltar.

A convocação desta sexta-feira servirá para jogos contra Chile e Bolívia nos dias 24 e 29 de março, o primeiro como mandante no Maracanã e o outro fora de casa. O Brasil já está classificado para a Copa e cumpre tabela nas rodadas finais das Eliminatórias.

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