Tripé de volantes e dupla de ataque: Roger testa opções para o Fluminense

Com tempo para preparar o Fluminense até a estreia na Copa Libertadores, Roger Machado tem aproveitado para testar mudanças na estrutura da equipe. Sem mexidas radicais, o treinador não quer alterar o modelo, mas dar novas opções para o time para 2021.

Um dos testes que Roger já gostaria de fazer era a entrada de mais um homem de marcação no meio de campo. No segundo tempo da vitória sobre o Boavista, a terceira seguida à frente do Flu, o técnico colocou Wellington na vaga de Michel Araújo, adiantando Martinelli e Yago para atuarem com mais liberdade. Pedido do treinador, o novo volante do Tricolor deve ter bastante espaço na temporada.

"Um jogador com peso para marcar ali no meio de campo, pressionar alto o zagueiro adversário, por vezes é melhor do que jogador com características mais leves. E deixar as beiradas leves, para que ao roubar a bola pelo centro, conseguir encontrar essas profundidades, como aconteceu", explicou Roger Machado após o jogo.

Além disso, o novo comandante do Fluminense também observa alternativas como uma dupla de ataque. Assim, o meio de campo funcionaria como um losango, com Nenê como um legítimo camisa 10 à frente do tripé que pretende usar.

Roger Machado acredita que Fred poderia se beneficiar de um companheiro mais próximo, por dentro. John Kennedy, um atacante goleador e com mobilidade, hoje é uma opção importante no setor. Mas pontas como Luiz Henrique, Gabriel Teixeira, Kayky e Caio Paulista estão bem avaliados, e o esquema com dois jogadores pela beirada tende a ser mantido.

Não à toa, a busca do Tricolor no mercado da bola tem sido por atacantes que podem jogar com e sem Fred, tanto pela ponta como centralizados, como Willian Bigode (Palmeiras) e Eduardo Sasha (Atlético-MG). O destaque dos jovens de Xerém tem chamado a atenção do treinador, que pediu reforços, mas não vê grandes necessidades no elenco que encerrou o Brasileirão no quinto lugar, classificado à fase de grupos da Libertadores e não perdeu peças para 2021.

"Essa é a nossa proposição, dar campo a jogadores jovens e sentir como eles vão se comportar nos compromissos duros, porque isso pode, inclusive, fazer com que a gente mude a questão de planejamento em busca de jogadores com características iguais a do Gabriel [Teixeira], do Kayky, no mercado. Então, além da estratégia, também tem o desejo de perceber esses jogadores", opinou Roger.

Uma das demandas de Roger é mais um zagueiro "construtor", como Nino, que foi muito bem na estreia na nova temporada e recebeu elogios do técnico. Outras opções consideradas oportunidades de mercado, naturalmente, serão avaliadas.

Sem pressa, o Flu usa o calendário ao seu favor enquanto aguarda o sorteio da Libertadores, que acontecerá em 9 de abril, em Luque, no Paraguai, sede da Conmebol. A competição deve iniciar na segunda quinzena do próximo mês.