Flamengo empata com Bragantino e perde a chance de ser líder do Brasileiro

Os adversários até deixaram chegar, mas o Flamengo não aproveitou. O time de Rogério Ceni tinha a chance de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro, mas ficou no empate por 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, no Nabi Abi Chedid, e deu vantagem ao Internacional na briga pelo título da competição.

Com a igualdade, o Rubro-Negro foi aos 65 pontos, mas segue um ponto atrás do Inter, que se mantém líder e terá a chance de abrir quatro na 35ª rodada, restando apenas mais três até o fim do Brasileirão. O Colorado recebe o Sport no Beira-Rio na quarta-feira (10), às 19h. Já o Bragantino ficou na nona colocação, com 48 pontos, e continua na briga por uma vaga na próxima Libertadores.

Cleiton fecha o gol e é o melhor do Bragantino

Melhor da América nas últimas temporadas, o ataque do Flamengo terá pesadelos com Cleiton, goleiro do Red Bull Bragantino. O camisa 40 só foi batido na cobrança de pênalti de Gabigol. Com as mãos, pés e até o peito, o jovem de 23 anos fechou o gol do Massa Bruta e foi o grande responsável por impedir a vitória que colocaria o Rubro-Negro na liderança do Brasileirão.

Gerson come a bola e faz o Flamengo jogar

Gabigol, Bruno Henrique, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Claudinho... Não faltavam destaques do Brasileirão no bom jogo entre Flamengo e Red Bull Bragantino. Mas quem roubou a cena — e cinco bolas — foi Gerson, que foi o melhor em campo no Nabi Abi Chedid. O camisa 8, que era dúvida, foi o dono do meio de campo, marcando e fazendo o Fla jogar fora de casa. De seus pés nasceram as melhores jogadas do Rubro-Negro, nem sempre aproveitadas pelo ataque.

Intensidade marca início

Como já era de se esperar, Flamengo e Red Bull Bragantino entraram em campo com muita intensidade desde o primeiro segundo de jogo. Nos primeiros 15 minutos, as duas equipes já haviam levado perigo ao gol adversário, tomado cartões amarelos e o Rubro-Negro reclamava de um toque de mão de Léo Ortiz não assinalado por Wilton Pereira Sampaio, que o VAR sugeriu deixar seguir. Aos 13, Neneca espalmou uma bomba de Artur, quatro minutos antes de Arrascaeta tirar tinta da baliza de Cleiton com um chute de canhota.

Melhor, Fla pressiona Bragantino

Mesmo que a posse de bola fosse bem dividida — no primeiro tempo, 51% a 49% para o Fla —, o Rubro-Negro era melhor no jogo. Mais incisivo, ocupava o campo de ataque com as vezes sete ou oito jogadores. Escalado na vaga de Diego, João Gomes teve boa atuação e ajudava a equipe de Rogério Ceni a suportar os contra-ataques velozes do Bragantino. Gerson subia para jogar e auxiliar Éverton Ribeiro e Arrascaeta a criar chances para Bruno Henrique e Gabigol. Aos 29 e 32, Cleiton fez dois milagres para impedir que o Flamengo abrisse o placar.

VAR assinala pênalti, e Flamengo abre o placar

Outra pressão que fez a diferença foi na arbitragem. Depois de muito questionar o toque de Léo Ortiz — que estava com os braços em posição natural, para baixo e junto ao corpo — aos seis, os jogadores do Flamengo cercaram Wilton Pereira Sampaio após um puxão de camisa de Ryller em Gustavo Henrique, que no momento do lance, nem reclamou. Na Central do Apito, Nadine Basttos afirmou que não marcaria pênalti, mas o VAR chamou o árbitro, que assinalou a penalidade. Na marca de cal, Gabigol fez seu papel e, frio, deslocou Cleiton para abrir o placar e colocar o Fla na liderança momentaneamente.

Bragantino responde, mas reduz ritmo

Dois minutos após sofrer o gol de Gabigol, o Bragantino respondeu rápido e quase empatou: Aderlan colocou na área e Ytalo desviou tirando tinta do gol de Neneca. Apesar de seguir com boa atuação no Nabi Abi Chedid, o time da casa reduziu o ritmo após ficar atrás do placar. Aos 40, Bruno Henrique fez linda jogada, driblou dois, invadiu a área e chegou a passar por Cleiton, mas o goleiro se recuperou e evitou o golaço.

Fla não mata o jogo, Isla falha, e Bragantino empata

Na volta do intervalo, o Flamengo aumentou o ritmo como no início da partida para tentar matar o jogo. Com a marcação alta, o time roubou algumas bolas no ataque e poderia ter matado o jogo se não desperdiçasse chances por preciosismo como com Éverton Ribeiro, aos sete. Aos 17, o castigo veio: talvez por ter cortado o supercílio em um lance minutos antes, Isla não atacou a bola em lançamento despretensioso de Raul. Helinho acreditou no lance e colocou para o meio da área, onde Ytalo apareceu na marca do pênalti para deslocar Hugo e empatar o jogo.

Rubro-Negro faz pressão, mas Cleiton segura empate

O segundo tempo viu uma verdadeira blitz do Fla após sofrer o empate. Mas o ataque rubro-negro não contava com uma atuação incrível de Cleiton, melhor jogador do Massa Bruta em campo. O goleiro evitou que pelo menos quatro oportunidades do time de Rogério Ceni balançassem as redes com defesas incríveis em chutes de Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, aos 22, 28 e 29.

Ceni demora a mexer e só lança Pedro no fim

Mesmo precisando da vitória, o técnico Rogério Ceni demorou muito para mexer no time do Flamengo. O empate parcial, ainda que o Rubro-Negro jogasse bem, não satisfazia as aspirações da equipe, mas a primeira mexida do treinador foi apenas aos 41 minutos do segundo tempo, quando tirou Gerson e João Gomes para lançar Pedro e Pepê.

Fla homenageia vítimas de incêndio no Ninho

O incêndio no Ninho do Urubu completa dois anos nesta segunda-feira (8). Antes de a bola rolar na partida contra o Bragantino, o Flamengo fez uma homenagem às 10 vítimas fatais. No telão do estádio Nabi Abi Chedi, fotos dos jogadores foram exibidas pelo clube, que ainda não chegou a um acordo com todas as famílias até aqui.

FICHA TÉCNICA

RED BULL BRAGANTINO 1x1 FLAMENGO

Estádio: Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP)
Data e hora: 7 de fevereiro de 2021, às 20h30
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Bruno Raphael Pires (GO)
Árbitro de vídeo: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Cartão amarelo: A Raul, Aderlan (BRG); Renê (FLA)
Gols: Gabriel Barbosa (0-1, 35'/1ºT) e Ytalo (1-1, 18'/2ºT)

RED BULL BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Ligger e Edimar (Luan Cândido); Raul; Artur, Ricardo Ryller (Ramires), Claudinho e Helinho (Bruno Tubarão); Ytalo (Hurtado). Técnico: Maurício Barbieri.

FLAMENGO: Hugo Souza; Isla (Matheusinho), Willian Arão, Gustavo Henrique e Filipe Luís; João Gomes (Pepê), Gerson (Pedro), Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique (Vitinho) e Gabriel Barbosa. Técnico: Rogério Ceni.