Montenegro diz que, sem S/A, Botafogo é 'ingovernável'
Alexandre Araújo
Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro
24/11/2020 19h37
Carlos Augusto Montenegro, que apoia Durcesio Mello na eleição presidencial do Botafogo, afirmou que, caso o projeto da S/A não vá à frente, o clube se tornará "ingovernável".
Ex-presidente e membro do Comitê Gestor do Futebol, ele chegou à sede de General Severiano já à noite e não ponderou estar entre a esperança de um novo Alvinegro e a culpa de poder estar "jogando um amigo de infância no inferno".
"Esse ano eu estava mais tranquilo. Saindo o projeto da S/A, a separação do futebol do clube, ele teria menos dificuldades. Estou começando a ficar muito preocupado caso não saia a separação... Aí, é ingovernável. Então, eu não sei se estou aqui fazendo um bem ou um mal. Tenho certeza que, talvez, o único que ainda possa dar alguma esperança porque tem um bom trânsito com investidores, empresários, é o Durcesio. Não que o Walmer e o Alessandro não tenham, mas não conhecem, não acreditam no projeto", disse.
"Não vejo o Botafogo, sem dinheiro novo, conseguir sobreviver. Está sendo um milagre esse ano, a duras penas. Estou vindo aqui, mas não sei se com esperança ou jogando um amigo de infância no inferno. Mas estamos fazendo tudo com a melhor das intenções, cabeça em pé. Estamos fazendo o possível", completou.
Montenegro assegurou ainda que não terá cargo no Glorioso caso Durcesio seja o vencedor nas urnas.
"Acho que o Botafogo está cansado do Montenegro. E o Montenegro está um pouco cansado também. Acho que insistir nisso pode ter uma ruptura ruim. E não gostaria nunca de brigar com o Botafogo. É uma paixão da minha vida toda, mas estou me sentindo sem forças. Acho que precisa de gente nova, cabeças novas, dinheiro novo, para começarmos do zero", avaliou.
Protesto solitário
Durante a entrevista, um sócio do Botafogo fez um protesto solitário contra Montenegro, com xingamentos. Ele falou para o ex-presidente deixar o clube, lembrando a crise em campo
Um dos correligionários de Durcesio pediu respeito ao ex-presidente, e também ouviu uma resposta com palavrão.