Presidente da Uefa faz críticas ao VAR, mas diz: "não tem mais volta"
Do UOL, em São Paulo
04/12/2019 14h08
Resumo da notícia
- Para Aleksander Ceferin, árbitros usam o VAR para procurar erros, ao contrário da orientação de apontar erros claros
- Presidente da Uefa acredita ainda que arbitragem tem passado a responsabilidade ao vídeo de corrigir erros, isentando-se
- Apesar das críticas, Aleksander Ceferin diz acreditar que adoção o vídeo é caminho sem volta no futebol
Em entrevista divulgada hoje pelo jornal inglês Daily Mirror, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, deixou claro: não gosta do árbitro auxiliar de vídeo, o VAR, no futebol. Ainda assim, acredita que a adoção da aparelhagem seja um caminho sem volta no futebol mundial.
Ao diário, o esloveno classificou o VAR como "uma bagunça". Para ele, o vídeo precisa ser utilizado para corrigir erros claros cometidos pelos árbitros em campo, e não para procurar infrações e gerar dúvidas em lances, tornando-os inconclusivos.
"Eu não acho que a tolerância para um ou dois centímetros em um impedimento, por exemplo, seja suficiente. Irei propor uma mudança na International Board. E também para nossos árbitros", disse Ceferin.
"Nós não temos muitas intervenções nas competições da Uefa porque nosso diretor de arbitragem, (o ex-árbitro italiano) Roberto Rosetti, disse ao VAR: precisa ser um erro claro e óbvio", acrescentou.
Para Aleksander Ceferin, a possibilidade de ter o VAR decidindo lances duvidosos de fora do campo faz com que árbitros se isentem da responsabilidade de definir eventuais irregularidades.
"Hoje em dia, é uma pressão diferente. (Mas) se você é o árbitro no campo, mesmo que tenha 70 mil ou 80 mil pessoas gritando, é você que precisa decidir - e não uma pessoa escondida em Londres, Berlim ou qualquer outro lugar", afirmou o dirigente.
Apesar das críticas, o presidente da entidade máxima do futebol europeu assegura que a adoção do árbitro de vídeo é uma iniciativa definitiva.
"Eu não sou um fã. Estava muito cético, e não gosto do resultado", criticou ele. "(Mas) infelizmente, não tem mais volta", acredita.