Sem sabor, Central da Copa perde pela 4ª vez e vira freguês do SBT no Ibope
Mauricio Stycer
Mauricio Stycer
https://noticias.uol.com.br/colunas/mauricio-stycer/Jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 29 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o "Lance!" e a "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Adeus, Controle Remoto" (editora Arquipélago, 2016), "História do Lance! ? Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo? (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011). Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Colunista do UOL
30/06/2018 12h44
Batendo recordes de audiência com a transmissão da Copa, especialmente com os jogos da seleção brasileira, a Globo está sofrendo seguidos baques com o “Central da Copa”, o seu investimento esportivo no final da noite. Exibidos 14 programas, a emissora ficou na vice-liderança, atrás do SBT, em quatro.
A derrota mais recente ocorreu na última quinta-feira (28). Com média de 11,6 pontos, a atração comandada por Tiago Leifert foi derrotada pelo humorístico “A Praça É Nossa”, que registrou média de 12,2.
Com exceção do primeiro domingo da Copa, quando foi exibido à tarde, logo depois de Brasil x Suíça, e teve média de 29,5 pontos, o “Central da Copa” vem oscilando entre 9 e 12 pontos.
O mau resultado em matéria de audiência pode ter várias explicações. A principal, na minha opinião, é que o programa, de fato, não agrada. Na sua tentativa de equilibrar informação com entretenimento, tem resultado morno, pouco surpreendente. O time que acompanha Leifert – Caio Ribeiro, Barbara Coelho, o ex-goleiro Julio Cesar e a DJ Barbara Labres – não tem brilho especial. Os convidados eventuais, até agora, também não acrescentaram nada. Insípido, o “Central da Copa” não parece preocupado em acordar o espectador, ainda que vá ao ar depois das 23h.
O horário tardio, aliás, pode ser outra explicação para o insucesso no Ibope. De segunda a sexta “Central da Copa” vai ao ar antes do "Jornal da Globo" e, aos sábados, depois do “Altas Horas”. Tem sido exibido depois de “Onde Nascem os Fortes”, a ótima supersérie de George Moura e Sergio Goldenberg, mas cuja temática pesada pode afastar parte dos potenciais espectadores.
Também é possível especular se há público para tanta conversa sobre futebol na TV. Uma coisa é o jogo, outra é o debate. SporTV, Fox Sports e ESPN passam o dia e a noite discutindo assuntos ligados à Copa. A Globo não compete diretamente, mas “Central da Copa”, ainda que leve e bem-humorado, acaba entrando nesta categoria.
Pela primeira vez sem vinculo com o Jornalismo, o “Central da Copa” está sendo gravado no Projac. É dirigido por Rodrigo Dourado, responsável pelo “BBB”, e é uma associação entre as áreas de Esporte e Entretenimento.