Rafael Reis

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Caso na 5ª divisão indica que Paquetá pode pegar suspensão de até 6 anos

Acusado pela FA (Associação Inglesa de Futebol) de forçar o recebimento de cartões amarelos para favorecer apostadores, o brasileiro Lucas Paquetá corre risco de receber uma suspensão de até seis anos.

Pelo menos, foi essa a punição aplicada pela entidade que gerencia a modalidade na Inglaterra da última vez que teve de lidar com uma infração semelhante a pela qual o meia do West Ham será julgado.

Em 2018, o lateral Bradley Wood, que disputava a quinta divisão inglesa pelo Lincoln City, foi considerado culpado de ter recebido cartões propositalmente em dois jogos da FA Cup, contra Ipswich e Burnley, para favorecer amigos que haviam apostado nessas partidas.

Segundo a FA, o jogador cometeu 25 infrações diferentes ao produzir uma "manipulação esportiva de eventos capaz de alterar o mercado de apostas". A entidade chegou a pedir o banimento do atleta, mas teve de se contentar com um afastamento de longo prazo.

A suspensão de Wood terminou no último mês de março. No entanto, ele ainda não voltou a jogar profissionalmente e, aos 32 anos, dificilmente encontrará um clube para retomar a carreira.

O caso Paquetá

As possíveis infrações que Paquetá teria cometido se assemelham bastante às de Wood.

O meia tem sido investigado pela FA há quase dois anos, depois que sistemas de alertas de casas de apostas esportivas detectaram volumes de dinheiro acima do normal apostado em cartões amarelos que seriam recebidos pelo jogador em quatro partidas: contra Leicester (2022), Aston Villa, Leeds e Bournemouth (2023), todas pelo Campeonato Inglês.

Para piorar, foi identificado que essas apostas eram oriundas da ilha de Paquetá, região do Rio de Janeiro onde o brasileiro nasceu e cresceu.

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As investigações, que contam com colaboração do jogador, foram transformadas em uma acusação formal (que será julgada por um tribunal ligado à entidade) ontem.

Agora, o meia tem até o dia 3 de junho para apresentar uma defesa por escrito à FA e tentar evitar a sanção. O jogador nega as acusações e já fez uma postagem em suas redes sociais falando que lutará com "todas as forças para limpar" seu nome.

Como acusação impacta futuro de Paquetá

Até que a FA divulgue uma decisão final sobre o caso, Paquetá poderá continuar atuando normalmente. Ou seja, pelo menos a princípio, ele não será desfalque para a seleção brasileira na disputa da Copa América, que será disputada entre os dias 20 de junho e 14 de julho, nos EUA.

Em um primeiro momento, o maior impacto da acusação deve se dar no Mercado da Bola.

Destaque do West Ham na última Premier League, com quatro gols e seis assistências, o meia era um dos principais desejos do técnico Pep Guardiola para reforçar o tetracampeão Manchester City na próxima temporada.

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O interesse, aliás, já é antigo. Em agosto passado, o brasileiro só não se transferiu para o Etihad Stadium por conta das investigações da FA. Agora, com a investigação se transformando em acusação, é bem provável que a transação seja abandonada de vez devido à insegurança jurídica sobre o futuro do jogador.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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