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Levir teve que driblar Ronaldinho e atraso de salário para chegar ao título

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

27/11/2014 12h00

A campanha do Atlético-MG na Copa do Brasil foi histórica, com vitórias épicas em campo, mas fora de campo não foi tão fácil para o técnico Levir Culpi, que precisou conviver com atrasos salariais dos atletas, pressão da diretoria e, principalmente, problemas extracampo. Por problemas de indisciplina, o clube afastou Jô, André e Emerson Conceição para manter o foco do time e o caminho para a inédita conquista do torneio nacional.

O treinador foi contratado em maio, em meio ao momento ruim do Atlético com Paulo Autuori. Levir Culpi demorou tempo para acertar o time. Nos primeiros meses à frente do alvinegro mineiro encontrou resistência dos atletas e até mesmo confrontos com os comandados mais experientes, como Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Jô.

Com o camisa nove, as duas partes se acertaram após estremecimento inicial. Tardelli cresceu de produção, voltou para a seleção brasileira e se tornou o grande jogador de Levir Culpi.

Ronaldinho Gaúcho, por sua vez, deixou a equipe em agosto, após conquistar o título da Recopa Sul-Americana, diante do Lanús. O principal motivo foi o desacerto com o treinador, que se mostrava insatisfeito com o rendimento do craque em campo e, principalmente, fora das quatro linhas. "Tínhamos a ideia de que o Ronaldo vislumbrasse outros ares, logo após a Recopa, mas o que apressou essa tomada de decisão foi o técnico Levir Culpi", afirmou Assis, irmão e agente de Ronaldinho na ocasião.

Os dois problemas afetaram diretamente Levir durante a campanha vitoriosa do Atlético na Libertadores. O primeiro foi em relação às dificuldades financeiras vividas pelo Atlético. Desde o início da temporada a diretoria encontrou dificuldades para quitar os salários e atrasou os vencimentos em vários momentos.

O clube chegou a ficar com dois meses de salários atrasados e mais de três em relação a direitos de imagens. Já as premiações demoraram a serem pagas. A grande dificuldade financeira aconteceu por causa do bloqueio das contas, imposto pela Fazenda Nacional, por dívidas fiscais. Apenas em outubro o clube conseguiu entrar oficialmente no Programa de Refinanciamento da Dívida (Refis).

A questão financeira fez o Atlético optar em mandar os jogos das quartas de final e da semifinal da Copa do Brasil, contra Corinthians e Flamengo, ambos vencidos por 4 a 1, para aumentar a renda e assim pagar as premiações atrasadas e parte dos direitos econômicos. Atualmente, o prêmio com o título do torneio é considerado de fundamental importância para a reta final da temporada para ajudar a colocar a casa em dia.

Apesar dos problemas financeiros, os jogadores evitaram reclamar e cobrar os atrasos da diretoria, que também conta com dificuldades para pagar parcelas das contratações de Diego Tardelli, junto ao Al-Gharafa, e de Luan, ao Atlético Sorocaba. Além dessas situações, Levir Culpi conviveu com problemas disciplinares graves, que abalaram o dia a dia atleticano.

O primeiro problema foi com Jô, que em agosto, pouco depois de disputar a Copa do Mundo, ausentou-se do treino após jogo contra o Internacional e foi cortado da viagem para enfrentar a Chapecoense. O atleta apareceu apenas três dias depois e alegou problemas particulares para ter se ausentado.

Dois meses depois, já em outubro, a crise foi maior. Novamente com a participação do centroavante, Jô, André e Emerson Conceição foram afastados do elenco profissional por ato de indisciplina cometidos em hotel em Curitiba, depois do confronto contra o Atlético-PR. Posteriormente, o trio teve o contrato suspenso até o início de dezembro.

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