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Hakkinen lembra dia histórico em Spa: 'Meu corpo pedia para levantar o pé'

Hakkinen foi um dos grandes rivais de Schumacher na Fórmula 1 - Michael Cooper /Allsport
Hakkinen foi um dos grandes rivais de Schumacher na Fórmula 1 Imagem: Michael Cooper /Allsport

Do UOL, em São Paulo

18/08/2015 11h11

A manobra ficou marcada na história como uma das melhores do circuito de Spa-Francorchamps: Mika Hakkinen usando o retardatário Ricardo Zonta para ultrapassar Michael Schumacher com três voltas para o final do GP da Bélgica de 2000 e vencer a prova. Quinze anos após a maior ultrapassagem de sua carreira, o finlandês revelou que teve de lutar contra o medo de fazer a curva mais famosa do circuito, a Eau Rouge, de pé embaixo.

“Foi um grande risco, mas foi calculado”, escreveu o bicampeão de 1998 e 1999 em sua coluna no site oficial da McLaren. Hakkinen e Schumacher lutavam pelo campeonato de 2000 e o finlandês saíra na pole position no GP da Bélgica. Um erro em uma pista que estava escorregadia depois de ter chovido nas horas anteriores lhe custou a liderança, mas o piloto do time inglês vinha diminuindo a diferença para o líder Schumacher nas voltas finais.

Com quatro giros para o fim, na volta 40, Hakkinen chegou a colocar de lado, mas Schumacher fechou a porta e danificou parte de sua asa dianteira. O finlandês, contudo, seguiu na pista, determinado a passar o rival na volta seguinte. Sua melhor chance era na reta logo após a Eau Rouge e, para chegar colado na Ferrari do alemão, ele teria de se aproximar o máximo possível na curva, de altíssima velocidade e na qual outros pilotos tinham escapado durante o final de semana.

“Naquela época, fazer a Eau Rouge de pé embaixo não era coisa para cardíaco. Era muito difícil e a pena por errar normalmente era um grande acidente. E a pista ainda estava molhada fora do traçado, então eu sabia que teria de ser milimetricamente perfeito”, relembra Mika.

“Quando virei, todas as fibras do meu corpo estavam implorando para eu tirar o pé. Decidi contar até três, me desafiando a manter o pé embaixo enquanto contava e sabendo que, quando eu chegasse no três, ou teria feito a Eau Rouge de pé embaixo, ou teria batido. Não havia outra opção.”

A McLaren começou a tremer no meio da curva. “Por um momento, achei que não ia conseguir. O carro ficou leve, mas depois ganhou aderência novamente e segurou. Eu tinha conseguido!”

Com isso, Hakkinen estava colado em Schumacher, que havia aliviado o acelerador na curva. À frente dos dois, o retardatário Zonta tentava evitar atrapalhar os líderes, posicionando-se no meio da pista. “Eu pensei: para onde Michael for, vou pelo outro lado’. Ele foi para a esquerda, então fui pela direita, fora da trajetória, com a pista ainda úmida, e freei o mais tarde que ousei frear. E tinha conseguido: passei Michael  e estava na liderança.”

Neste final de semana, a Fórmula 1 volta ao palco desta batalha marcante. O GP da Bélgica tem treinos livres às 5h e às 9h da sexta-feira pelo horário de Brasília. Classificação e corrida também começam às 9h no sábado e no domingo, respectivamente.

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