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Pré-candidato do PSTU critica PT e diz que bolsonarismo veio para ficar

Pedro Vilas Boas e Jessica Bernardo

Colaboração para o UOL

19/05/2022 16h25Atualizada em 19/05/2022 17h35

Pré-candidato do PSTU ao governo do Rio de Janeiro, Cyro Garcia disse, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, que o PT liderou um movimento de desmobilização das manifestações nas ruas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por interesse eleitoral.

"A campanha 'Fora Bolsonaro' foi desmobilizada pelas direções majoritárias da campanha, que é o PT, o PCdoB, a maioria da direção do PSOL, o PSB e outros que integravam esse comando conjunto com as centrais sindicais majoritárias, que preferiram canalizar esse processo para o embate eleitoral. Sangrar Bolsonaro como sendo adversário prioritário, o mais fácil a ser batido por conta do seu índice de rejeição", criticou.

"Se a senhora Dilma Rousseff pegasse as pautas das manifestações de junho de 2013 e consolidasse aquilo num projeto, ela poderia até ficar isolada no Congresso, mas estaria junto com as ruas. Mas ela virou as costas para isso e foi para dentro do Congresso falar em reforma política e outras coisas que foram jogando água naquela mobilização", disse.

Garcia também disse que o bolsonarismo "veio para ficar", lembrando que movimentos de ultradireita continuam fortes nos Estados Unidos mesmo após a eleição de Joe Biden. Ele afirmou que muitos dos eleitores do atual presidente votaram nele em protesto contra a política que vinha sendo aplicada no país e que as candidaturas de Marcelo Freixo (PSB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem fortalecer a ultradireita.

"Esse caminho de conciliação de classes que o [Marcelo] Freixo, no Rio de Janeiro, e Lula, a nível nacional, querem trilhar, não vai dar respostas à classe trabalhadora, muito pelo contrário. Eles vão aumentar o nível de frustração e vão fortalecer ainda mais essa ultradireita."

O pré-candidato disse que "existe um desencanto em relação à democracia" no país.

Garcia diz que os protestos poderiam derrotar Bolsonaro. "A única possibilidade de Arthur Lira [presidente da Câmara] se levantar de cima desses pedidos de impeachment era a quantidade das mobilizações nas ruas, centrais sindicais chamarem greve geral contra a política econômica desastrosa. O processo de mobilização poderia derrotar Bolsonaro nas ruas, sim, mas, por interesse político dessa esquerda liberal encabeçada principalmente pelo PT, houve um processo de desmobilização."

Pesquisa Datafolha

Cyro Garcia tem 3% das intenções de voto e aparece tecnicamente empatado com outros sete candidatos no terceiro lugar da última pesquisa Datafolha, divulgada em abril, para o governo do Rio de Janeiro.

Anthony Garotinho (União Brasil) tem 7%; Rodrigo Neves (PDT), 5%; Eduardo Serra, 4%; General Santos Cruz (Podemos), também com 4%; André Ceciliano (PT), 2%; Felipe Santa Cruz (PSD), com 2%; e Paulo Ganime (Novo), tem 1% das intenções de voto.

Lideram o primeiro e segundo lugar, também com empate técnico, os pré-candidatos Marcelo Freixo (PSB) e Cláudio Castro (PL), com respectivamente, 18% e 14% das intenções de voto. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Calendário das sabatinas no Rio

  • 20/5 - 10h - Marcelo Freixo (PSB)
  • 20/5 - 16h - Cláudio Castro (PL)

As entrevistas acontecem até amanhã, sempre ao vivo, com uma hora de duração e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores serão os colunistas do UOL Kennedy Alencar e Chico Alves e o repórter da Folha Italo Nogueira.

Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul.

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