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'Típico da esquerda', diz Moro após socialite acioná-lo por suposta fraude

O ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro trocou de partido e domicílio eleitoral na última semana Imagem: Alexandre Meneghini/Reuters

Do UOL, em São Paulo

05/04/2022 18h59

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) afirmou hoje (5) que se trata de uma "chicana" a suspeita de fraude que lançaram sobre ele, por ter mudado seu domicílio eleitoral para São Paulo com o intuito de candidatar-se pelo estado. Uma notícia-crime foi protocolada ontem (4) pela empresária Roberta Luchsinger, que afirma ser pré-candidata a deputada federal pelo PSB de SP.

Moro deixou o Podemos, que pretendia lançá-lo como o candidato do partido à Presidência da República, e filiou-se ao União Brasil na quinta-feira (31). No mesmo dia, anunciou a transferência do seu domicílio eleitoral, então no Paraná, para São Paulo. Em nota, o ex-superministro de Jair Bolsonaro (PL) disse que mantém "vínculos afetivos, econômicos, sociais e políticos" com o estado (leia mais abaixo).

O UOL apurou que a saída de Moro é atrelada à possível desistência do ex-ministro da Justiça de concorrer à Presidência da República. Os planos incluem a candidatura dele a deputado federal por São Paulo. O Podemos afirmou que soube da troca de partido pela imprensa.

Na notícia-crime, enviada à Procuradoria Regional Eleitoral paulista, Luchsinger afirma que tanto Moro quanto sua esposa, a advogada Rosângela Moro, "não possuem qualquer ligação com o Estado de São Paulo".

Rosângela, seguindo a movimentação do marido, migrou para o União Brasil dois dias após ter se filiado ao Podemos e é cotada para disputar uma vaga de deputada estadual na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).

"Ocorre que a citada mudança de domicílio eleitoral se deu mediante possível fraude e inserção de informação falsa no cadastro eleitoral eis que os representados não possuem domicílio neste estado de acordo com os ditames previstos no artigo 42 do código Eleitoral", justifica Luchsinger no documento.

Rosângela e Moro são estelionatários eleitorais em busca de foro privilegiado e iremos até o fim para provar que nada fizeram por São Paulo e portanto nada justifica tal candidatura fraudulenta como esta."
Roberta Luchsinger, empresária, em nota

O Podemos estima ter investido cerca de R$ 2 milhões na pré-candidatura de Moro, incluindo a contratação de pesquisas eleitorais, promoção de eventos, salários, viagens e hospedagens do ex-juiz, de Rosângela e de sua equipe.

Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, foi no hotel onde se hospedava bancado pelo Podemos que Moro acertou sua filiação ao União Brasil.

Casal se diz 'tranquilo e sereno'

A nota de defesa de Moro e Rosângela diz que os dois estão "tranquilos e serenos".

"Nunca adulteraram qualquer documento, ainda mais documento demonstrando sua residência em São Paulo, onde possuem vínculos afetivos, econômicos, sociais e políticos", afirma o texto.

O casal alega que o TSE já reconheceu que "a demonstração de vínculo político é suficiente" para alterar o domicílio eleitoral e afirmam que a atitude de Luchsinger é "típica da esquerda" — além de filiada ao PSB, é ex-candidata a deputada estadual pelo PT.

Em 2017, a empresária, neta de um ex-acionista do banco Credit Suisse, disse que doaria R$ 500 mil ao ex-presidente Lula (PT) após o petista ter as contas bloqueadas pelo próprio Moro na Lava Jato.

Não serão essas chicanas processuais, típicas da esquerda, que retirarão Sergio e Rosângela Moro das eleições de 2022."
Nota de defesa de Sergio Moro e Rosângela Moro

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