Indígenas afetados pela Covid-19 recebem homenagem em mural no centro de SP
Lígia Nogueira
Colaboração para Ecoa, em São Paulo
06/01/2021 11h39
O impacto da Covid-19 não está apenas levando entes queridos, mas também uma parte da história dos povos indígenas do Brasil. "As pessoas não estão percebendo isso", diz o Cacique Kanynary Apurinã, em um comovente relato lançado pela ONU em forma de curta documental no final de dezembro passado.
A fala do jovem Apurinã em uma live realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em meados de 2020 inspira um mural de 3,75 m por 16 m assinado pelo artista Tito Ferrara na Rua da Consolação, 1817, no centro de São Paulo.
"Eu, como artista, estou buscando traduzir em imagem as mensagens e lutas dos povos indígenas. O protagonista é a mensagem, que é extremamente importante", diz Ferrara.
O ancião é o nosso livro
Cacique Kanynary Apurinã
A ação faz parte do Projeto Verificado, iniciativa global da ONU que tem o objetivo de combater a infodemia de desinformação em meio à pandemia, e tem apoio da ViaQuatro, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela de metrô.
Na cultura indígena a sabedoria é passada de forma falada, de geração em geração. A cada morte de uma liderança morre junto uma biblioteca —e Apurinã destaca a importância da convivência com os anciãos. "A cultura está com eles", diz.