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'O Clube das Babás': Uma série atual sobre a adolescência contemporânea

Imagem: Netflix/Divulgação

Mariana Tramontina

Colaboração para o Ecoa

09/10/2020 04h00

"O Clube das Babás" da Netflix é mais uma adaptação da popular série de livros escritos por Ann M. Martin sobre um grupo de meninas que decide abrir seu próprio negócio de serviço de babás. As histórias originais, publicadas entre 1986 e 2000, já foram transformadas em uma série da HBO (em 1990) e em um filme (de 1995), mas ambos envelheceram mal. A nova versão, porém, é irretocável para os dias de hoje, desde o elenco inclusivo até a abordagem dos temas contemporâneos.

Assim como nos livros, os episódios —são dez no total, com cerca de 25 minutos cada um— são contados da perspectiva de cada uma das meninas. Kristy (Sophie Grace) é a líder da turma e quem tem a ideia de montar o clube das babás. Feminista, ela está sempre questionando comportamentos antiquados e inadequados da sociedade. Dawn (Xochtil Gomez) é vegetariana e uma ativista do meio ambiente.

Mary Anne (Malia Baker), a melhor amiga de Kristy, está em busca de sua própria identidade, enquanto lida com a criação rígida do pai viúvo. Stacey (Shay Rudolph) se mudou de Nova York para o interior, e carrega a maturidade de quem viveu sob o funcionamento de uma grande cidade. E Claudia (Momona Tamada) é a mais popular e também a artista da turma.

A trama é rica e doce em sua abordagem sobre temas das adolescência, como crescer, lidar com mudanças, com famílias rígidas, ausentes ou divorciadas, primeiro beijo, primeiro emprego, primeira menstruação. Mas vai além ao acrescentar situações de racismo estrutural, homofobia e preconceito contra imigrantes, tratando tudo com muito cuidado, sensibilidade e sem discursos gratuitos.

Um dos episódios mais comoventes é quando Mary-Anne cruza sua jornada de babá cuidando de uma criança transgênero (Kai Shappley, uma menina de 9 anos trans na vida real) e a defende de um médico que se recusa a reconhecer sua identidade. O tema é tratado de forma didática, inteligente e respeitosa para o público pré-adolescente. A fatia adulta da série também tem histórias interessantes, como os próprios relacionamentos amorosos e os desafios de um pai que cria a filha sozinho.

A showrunner Rachel Shukert (a mesma da série "Glow") e a produtora-executiva Lucia Aniello ("Broad Ciy") são veteranas em comédias feministas sobre amizade. E geralmente acertam em cheio. É o que fizeram com a nova versão de "O Clube das Babás": um universo regido pela amizade, responsabilidade e inclusão, diferente de séries para essa geração que abordam tanto materialismo e política de popularidade. É um programa para se sentir otimista de que os adultos e adultas do futuro podem ser pessoas melhores.

Bailey Delvecchio (Kai Shappley) e Mary Anne (Malia Baker) em cena de "O Clube das Babás", da Netflix Imagem: Divulgação/Netfilx

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