Episódio maciço de branqueamento de corais piora no mundo todo

A expansão maciça do branqueamento de corais em todo o mundo, causada pelo recorde de temperaturas dos oceanos, continua se expandindo e piorando, alertou uma agência governamental americana nesta quinta-feira (16).

A NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) anunciou, em meados de abril, que o planeta estava passando por um grande episódio de branqueamento de corais, neste que é o quarto registro desde 1998.

O fenômeno, que ameaça a sobrevivência dos recifes, já foi confirmado em 62 países.

"Estou muito preocupado com o estado dos recifes de coral em todo o mundo", disse Derek Manzello, coordenador do programa da NOAA sobre essas formações naturais, em uma coletiva de imprensa.

Desde o anúncio deste novo episódio, há um mês, "nove outros países e territórios relataram grave branqueamento de corais, incluindo a Índia e o Sri Lanka", disse ele.

"Isso ilustra que este evento está crescendo em tamanho e impacto", acrescentou. Nada menos que 60,5% da superfície global dos recifes foi afetada pelo estresse térmico nos últimos 12 meses, um recorde anual, segundo a NOAA.

Ainda assim, o anterior evento global de branqueamento em massa, que ocorreu entre 2014 e 2017, continua a ser o pior em termos de impacto acumulativo e duração, pelo menos por enquanto, detalhou.

Espera-se que o episódio atual persista e se espalhe para novas áreas durante o verão no hemisfério norte.

Em particular, o Caribe já começa a ver o aumento do calor mais cedo do que o esperado. A Grande Barreira de Corais, a nordeste da Austrália, também foi afetada.

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Os acessos à ilha Pling, na Tailândia, e ao parque nacional costeiro da Ilha Phuket, foram fechados na semana passada, em uma tentativa de proteger os recifes.

Recorde de temperaturas

Este evento "não aconteceria sem as mudanças climáticas", insistiu Manzello.

Os oceanos registram temperaturas recordes há meses: o mês passado foi o mais quente dos mares para abril, o que representou o décimo terceiro mês consecutivo de máximas.

O acúmulo de calor "tem sido especialmente extremo e sem precedentes no Oceano Atlântico", acrescentou Manzello.

Compreender a extensão das consequências deste episódio de branqueamento para os corais levará tempo, acrescentou.

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No Caribe, por exemplo, os corais que sobrevivem ao calor podem morrer em um ou dois anos "de doenças ou concentrações de predadores", explicou.

O ano de 2023 foi o mais quente de que se tem registo, sob o efeito das mudanças climáticas acentuadas pelo fenômeno El Niño.

Seu evento inverso, o La Niña, é esperado para o verão ou o outono, segundo o meteorologista da NOAA Dan Collins.

"Minha esperança é que, quando La Niña realmente se instalar, a porcentagem de recifes afetados comece a diminuir", concluiu Manzello.

Segundo a NOAA, 2024 ainda tem 61% de chances de superar o ano passado como o mais quente já registrado.

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