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Ameaça silenciosa: por que elétricos atingem mais pedestres que carro comum

Segundo estudo, carros elétricos e híbridos fazem menos barulho, o que aumenta o risco de colisão com pedestres em cidades Imagem: Mike/Pexels

Do UOL*, em São Paulo

22/05/2024 12h04

Carros elétricos ou híbridos têm risco duas vezes maior de atingirem pedestres do que veículos a combustão, segundo estudo realizado no Reino Unido.

A pesquisa, publicada no periódico Journal of Epidemiology & Community Health nesta terça-feira (21), diz que a explicação por trás disso é o fato de esses novos veículos serem mais silenciosos.

Se você está considerando ter um carro elétrico, lembre-se que é um novo tipo de veículo. Eles são muito mais silenciosos que carros convencionais, e os pedestres aprenderam a caminhar por ruas e avenidas ouvindo o tráfego. Então, condutores desses veículos precisam ter cuidado extra. Phil Edward, autor principal do estudo e professor da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em entrevista ao The Guardian

Se por um lado os carros elétricos e híbridos têm o apelo de poluir menos, o estudo menciona que há desafios de "adequação" para reduzir danos no que diz respeito aos pedestres.

Como estudo foi feito e resultados

Estudo analisou colisões em áreas urbanas e rurais do Reino Unido que aconteceram entre 2013 e 2017 e envolveram pedestres.

Em cenário urbano, o risco de carros elétricos e híbridos atingirem pedestres foi três vezes maior, comparado com veículos convencionais.

Em cenário rural, no entanto, os carros com bateria não se mostraram "mais perigosos" que os a combustão.

Não é só a falta de som

O levantamento cita outros motivos para maior incidência de colisão de carros elétricos e híbridos com pedestres, como:

condutores mais jovens e menos experientes;

aceleração mais rápida desses veículos;

carros elétricos e híbridos são mais pesados que veículos a combustão.

Risco maior não é novidade

Não é a primeira vez que a relação entre carros elétricos e acidentes com pedestres é feita. Uma pesquisa do Departamento de Transporte dos EUA, de 2017, constatou que esses veículos ofereciam 20% mais risco a pedestres que carros convencionais; o risco aumentava para 50% em manobras de baixa velocidade, como dar ré, virar ou parar em um local rapidamente e depois retomar o fluxo.

Na Europa, carros precisam emitir um ruído quando estão em baixa velocidade justamente para tentar alertar pedestres.

Phil Edward, o autor principal do estudo, diz que a ideia da pesquisa não é ser contra carros elétricos e híbridos, mas um alerta para "reduzir perigos", dado que eles são "o futuro" e "uma forma incrível de reduzir a poluição do ar", segundo entrevista ao Los Angeles Times.

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