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Empurrômetro: veja serviços que você deve recusar para pintura do seu carro

Existem duas formas de proteger a pintura do seu carro por mais tempo Imagem: Getty Images/iStockphoto

Julio Cabral

Do UOL , em São Paulo

06/07/2022 04h00Atualizada em 06/07/2022 07h41

Cristalização e vitrificação. Os serviços oferecidos para proteger e dar mais brilho à pintura do seu carro são muitos. Não raro, já são ofertados na própria concessionária, junto com outras coisas desnecessárias e caras em relação aos preços praticados na rua.

Mas, se a empurroterapia das lojas é reprovável, há situações em que os especialistas indicam os dois procedimentos.

Vitrificação e cristalização são serviços diferentes

Embora muitos achem que a vitrificação e cristalização são a mesma coisa, na verdade, o processo, preços e durabilidade são muito diferentes.

A cristalização precisa de cuidados para ter bons resultados. Para começar, o técnico limpa toda a superfície da carroceria e elimina qualquer defeito aparente por meio do polimento. Um produto próprio, bem similar a uma resina, é aplicado para formar uma espécie de película, justamente o que protege a pintura e garante mais brilho.

Na vitrificação, o carro é preparado com lavagem, descontaminação e polimento, caso seja indispensável. Posteriormente, o profissional vai aplicar o produto vitrificador, que é a base de sílica, mesmo material usado no vidro dos carros. Dá para entender rapidamente de onde eles tiraram esse nome.

De acordo com a Acqua Zero, a cristalização "é uma espécie de resina que oferece brilho e ajuda a evitar o desgaste por agentes externos. Já no caso da vitrificação, o produto gera uma camada bem mais resistente que pode durar por mais tempo. Ou seja, ambos oferecem a proteção e valorizam a pintura. Porém, a vitrificação é algo mais forte e duradouro".

Vamos começar pela durabilidade. A vitrificação é coberta por três anos - há quem indique dois ou até cinco. Por sua vez, a cristalização é mais parecida com um polimento avançado e dura de três a seis meses.

O processo mais complexo resiste bem mais que uma cera comum. Um ponto interessante é que a manutenção é bem fácil, basta um shampoo neutro e uma lavagem que não inclua produtos abrasivos. Alguns recomendam a lavagem a seco.

É algo que funciona como uma película protetora, já que repele água e faz ela escorrer com maior facilidade. Tirar a sujeira do carro se torna mais fácil, porque a superfície adere menos a contaminantes, exemplos de cocô de pássaros ou seiva de árvores, ambos muito ácidos. A poluição também impregna o carro de fuligem.

As diferenças se refletem no preço. Em contato com a empresa Dry Wash, a atendente calculou os valores para um carro compacto. São pedidos R$ 1.015 pela vitrificação e R$ 735 pela cristalização. A conclusão é de que o custo-benefício da vitrificação é mais vantajoso. No entanto, os preços variam muito. Em uma loja da Acqua Zero, os preços foram maiores, mas sempre com um valor mais elevado para a vitrificação. O procedimento custa R$ 1.800, enquanto a cristalização sai por R$ 760. Ou seja, é bom pesquisar bem.

De qualquer forma, duas concessionárias chegaram a pedir R$ 2.000 pela cristalização. Cobrar preços mais elevados do que você encontraria em uma loja externa é quase que padrão em revendedoras automotivas. Para você ter uma ideia, a instalação de um protetor de cárter pode custar entre R$ 400 e R$ 600. Nas ruas, o equipamento e o serviço podem ser executados por cerca de R$ 150. Não é diferente com as proteções de pintura.

Vale para carros 0 km?

É uma questão de escolha, claro, mas especialistas dizem que não há necessidade de mexer em uma pintura que acabou de sair da montadora. Prejudicar desnecessariamente o verniz de série e outros riscos tornam o procedimento dispensável.

"A situação melhor é não aplicar quando o carro saiu da fábrica, porque ele não tem nenhum dano, nenhuma agressão, não tem micro riscos na pintura. Depois de um certo tempo, você terá uma condição melhor de aplicar o produto, pois a pintura já criou uma superfície para aderir melhor. Raramente você terá o mesmo benefício na fase inicial, quando o carro saiu da concessionária. As pinturas de fábrica já têm um padrão super elevado. O ideal é usar em uma pintura que está sem brilho, que já sofreu agressões", alerta Marco Colosio, da Comissão Técnica de Materiais da SAE.

Mas nada impede que a cristalização e vitrificação possam ser aplicadas depois de um tempo. "Posteriormente, se você quiser, o processo pode ser um extra da sua pintura, talvez o cara queira dar uma cara de novinho ao carro. Seria um anteparo, uma proteção feita com base em polímeros, não é algo mandatório, mas os poucos carros que vi tinham um brilho maior. Além disso, essa camada realmente repele a água e dá para remover a sujeira com maior facilidade", ressalta Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

Como funciona na prática? "Todos os processos têm a função de tampar os micro vales. Funciona assim: a rugosidade tem picos para cima e vales para baixo. Os produtos homogeneizam a altura da pintura. Quando ele faz isso, a superfície fica muito mais plana, então a luz vai bater e dar mais brilho. Cada produto tem a sua vantagem, porém, você tem que procurar por um de alta qualidade e com maior durabilidade", completa Marcus.

Há concessionárias que recomendam também o polimento extremo. Desgastar o verniz natural do carro 0 km é uma armadilha. Limpeza com produtos abrasivos ou que compartilham esponjas da carroceria com as de pneus devem ser evitados com toda a força. Da mesma maneira lava jatos automáticos ou produtos que prometem simular uma vitrificação, pois fazer o serviço em casa não é recomendado mesmo para entusiastas.

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