Ford: como está a procura por carros usados após 1 ano de fábricas fechadas
José Antonio Leme
Do UOL, em São Paulo
12/01/2022 04h00
Com o fechamento das fábricas da Ford no país, criou-se uma dúvida por parte dos consumidores que possuíam carros da marca ou que tinham acabado de comprar de seus produtos, especialmente Ka e EcoSport, de que pudessem se tornar "bombas" nas suas mãos.
Porém, o que mostram os dados de vendas de veículos usados no Brasil em 2021 é o contrário. O cliente que procurava um Ford no mercado de seminovos e usados não desistiu de buscar um carro da marca devido a isso.
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De acordo com dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), que representa as lojas que trabalham com usados e seminovos, além de EcoSport e Ka, o Fiesta também continua entre os carros usados mais comercializados.
Em termos gerais, a Ford ficou com a quarta posição entre as marcas que mais fizeram transações de veículos usados, de acordo com a Fenauto. Somando automóveis e comerciais leves, ela fechou com 9,89% do mercado, ficando atrás de Volkswagen, General Motors e Fiat, respectivamente.
Ou seja, entre os carros usados, a Ford se manteve entre os primeiros, enquanto no mercado de novos, como UOL Carros mostrou no especial de um ano do fechamento das fábricas, ela foi parar na 11ª colocação.
O que justifica a procura por usados da Ford?
Segundo o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive, a manutenção do Fiesta, que saiu de linha em 2019, entre os mais vendidos dos usados, mostra que a saída da fábrica não afeta diretamente os modelos.
"Há uma espécie de tripé formado pela manutenção de peças originais por um período estabelecido, como é obrigatório por lei, a produção por parte de empresas de autopeças de componentes após o carro sair de linha e conhecimento amplo da mecânica do carro", diz Garbossa.
Quando esses itens estão disponíveis, é fácil manter a circulação da frota, o que também permite ao consumidor que quer um carro usado ou seminovo ter confiança na compra, mesmo quando saiu de linha ou a empresa deixou o país como produtora, caso da Ford.
Garbossa usa como exemplo a frota de derivados dos Fusca que ainda circula, como a Kombi e a Brasília, porque há empresas que produzem peças para esses produtos.
Dentro da mesma lógica, isso justifica que Gol, Uno, Palio e Corsa antigos continuem a circular pelo País e entre os usados mais negociados.
Especialmente para carros produzidos localmente, há uma facilidade maior de contar com peças e manutenção independente que tenha conhecimento sobre o veículo.
Garbossa pontua também que a internet ajuda a manter circulando carros que saíram de linha. "Tanto a possibilidade de comprar uma peça fora do País e esperar um ou dois meses, dependendo do que for, ou entrar a peça em outro estado ou cidade à venda facilitam".
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