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Drive-thru: quais os riscos e como se proteger corretamente do coronavírus

Carro é atendido para vacinação em sistema de drive-thru; estratégia de saúde largamente adotada na Coreia do Sul passou a ser alternativa também no Brasil Imagem: Daniel Leite/UOL

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/04/2020 04h00

O drive-thru, tão associado a redes de fast-food, também virou arma para conter a disseminação do coronavírus. A modalidade de atendimento, na qual as pessoas permanecem dentro do carro e formam uma fila, tem sido uma alternativa para evitar aglomerações e contato físico.

Esse tipo de abordagem já é bastante difundido em vacinações e outras ações de saúde de países asiáticos como a Coreia do Sul. A prática também começa a ser adotada no Brasil, onde a campanha de vacinação contra a gripe tem lançado mão do drive-thru.

A tática tem sido adotada, ainda, na doação de mantimentos, cartórios e variados tipos de comércio, cujo atendimento presencial foi proibido em diversas localidades ou sofreu restrições.

UOL Carros conversou com médicos para saber se a o drive-thru traz mesmo mais segurança e quais cuidados devem ser adotados em um atendimento do tipo.

Para Alexandre Zavascki, professor de infectologia da Faculdade de Medicina da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), "se bem organizado, o drive-thru pode aumentar a segurança, principalmente das pessoas que fazem o atendimento".

Janelas abertas

O recomendado, de acordo com o especialista, é permanecer na fila com as janelas abertas, para aumentar a circulação do ar, e ir até o local sozinho ou com o menor número de pessoas possível.

Especificamente em relação a motociclistas, Zavascki afirma que o ideal é ficar a uma distância de cerca de dois metros dos demais veículos, além de evitar contato e fala com outras pessoas, se possível.

Em relação aos automóveis, o professor avalia que "o distanciamento, considerando o próprio tamanho do veículo, já é suficiente, mesmo com as janelas abertas". O médico também salienta a importância de os atendentes utilizarem equipamento de proteção específico, seguindo a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Quanto aos usuários, o Ministério da Saúde tem incentivado o uso de máscara para prevenir a disseminação da Covid-19.

De resto, o que vale é a recomendação das autoridades: nunca colocar as mãos na boca, no nariz e nos olhos, além de higienizá-las constantemente com água e sabão, álcool 70% ou álcool em gel com igual concentração.

A regra vale após o manuseio de superfícies que outras pessoas tenham tocado ou das quais tenham ficado próximas.

Ao chegar em casa, também é indicado, além das medidas mencionadas, trocar toda a roupa com cuidado para não tocar a própria boca nem o nariz, ensina o epidemiologista Zavascki.

E quem não possui carro?

Luciano Goldani, professor titular de infectologia da Ufrgs, considera o drive-thru uma alternativa "muito bem-vinda".

No entanto, ele pondera que o drive-thru é restrito a uma parcela da população em países como o nosso. "A grande questão é que a maioria dos brasileiros não tem carro. Como fazer nas periferias, em favelas gigantes como a Rocinha, no Rio?", questiona.

Goldani aponta que deve haver alternativas, especificamente no que se refere à vacinação.

"O drive-thru é muito limitado, não chega às pessoas de nível socioeconômico mais baixo. Uma possibilidade a ser avaliada é o atendimento por hora marcada, por exemplo. Imunização a domicílio é outra estratégia que deve ser considerada para essa população mais carente", opina.

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