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Umbandistas, baianas da Grande Rio celebram vitória e exaltam: 'Exu é amor'

Dona Leni, de 67 anos, é baiana da Grande Rio - Filipe Pavão/UOL
Dona Leni, de 67 anos, é baiana da Grande Rio Imagem: Filipe Pavão/UOL

Filipe Pavão

Do UOL, no Rio

27/04/2022 08h00

A Grande Rio levou Exu para Avenida e conquistou o seu primeiro título do Carnaval do Rio. A agremiação de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, usou a festa momesca para quebrar preconceitos sobre o orixá e as religiões de matriz africana, representando milhões de brasileiros que seguem a umbanda e o candomblé, incluindo, alguns de seus componentes.

Presente na quadra da escola de Caxias na noite de ontem, o UOL conversou com as senhoras que desfilaram na ala das baianas e são umbandistas. Emocionadas, elas celebraram a conquista inédita da agremiação e comentaram a importância de quebrar o preconceito contra religiões de matriz africana.

Dona Leni, de 67 anos, desfila na escola há cerca de 15 anos, desde que se mudou do Complexo do Alemão, na capital, para o bairro Jardim Leal.

"Desde que cheguei, a Grande Rio me abraçou... E, agora, estou muito feliz. A gente vem batendo na trave, agora foi a nossa vez. Sempre desfilo nas baianas porque é o que eu gosto. As baianas são uma família", diz.

Eu sou umbandista, para mim, Exu é tudo, é amor. Ele abre caminhos
Dona Leni

Dona Ângela, de 71 anos, é baiana da Grande do Rio - Filipe Pavão/UOL - Filipe Pavão/UOL
Dona Ângela, de 71 anos, é baiana da Grande do Rio
Imagem: Filipe Pavão/UOL

No desfile, a ala das baianas trouxe a fantasia "Ventou no Canavial", representando narrativa a qual os poderes de Exu, associados aos ventos de Oyá, podem espalhar por todos os canaviais as chamas da magia capaz de quebrar o medo, a dor, o obscurantismo e a opressão.

Dona Ângela, 71, nasceu e cresceu em Duque de Caxias. Há dez anos, ela desfila na Grande Rio após ser convidada por suas netas que desfilavam na escola mirim.

Eu sou da comunidade e gosto muito da Grande Rio. Fiquei emocionada com o nosso título
Dona Ângela

"Ninguém fala de Exu, não do jeito que a gente falou, a Grande Rio foi a primeira. Quem são malvadas são as pessoas, não é Exu. As pessoas precisam respeitar a minha religião", pede.

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