Brasil sobe no ranking de 'país mais feliz do mundo'; em guerra, Israel é o 5º

Em tempos de guerra, o que significa ser feliz? Essa é uma das questões que saltam aos olhos quando se observa a lista dos cinco países nórdicos considerados, ano após ano, os "mais felizes do mundo". Com a Finlândia liderando a lista de 183 nações, que termina com Afeganistão, segue uma lista de países, frequentemente citados como modelos de tranquilidade: Dinamarca (2°), Islândia (3°) e Suécia (4°). Já Israel, que enfrenta mais um período de guerra, aparece no quinto lugar.

O Brasil subiu seis posições e figura como 44° melhor país para se viver.

Como nada é por acaso na geopolítica mundial, a Suécia, que ocupa um honroso 4° lugar da lista de países mais felizes do mundo das Nações Unidas, e que possui um longo histórico de "neutralidade" nos conflitos mundiais dos últimos séculos, acaba de vencer uma longa negociação com a Turquia para finalmente aderir à aliança militar da Otan, com medo do vizinho russo, que invadiu a Ucrânia há dois anos.

A mesma Ucrânia que despencou para a 105° posição do ranking em 2024: no ano passado, ela figurava na 93° posição. A Rússia se posiciona no 72° lugar. Outro país no topo da "lista da felicidade" da ONU, a Dinamarca decidiu este ano aumentar seu orçamento militar justamente para se proteger da ameaça russa, um inimigo que mora literalmente ao lado.

A própria Finlândia, campeã inconteste da lista há sete anos, se juntou aos aliados militares para se prevenir de futuras ameaças.

Veja o ranking:

1. Finlândia

2. Dinamarca

3. Islândia

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4. Suécia

5. Israel

6. Holanda

7. Noruega

8. Luxemburgo

9. Suíça

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10. Austrália

44. Brasil

48. Argentina

Ajuda social, renda, saúde, liberdade

Mas, afinal, o que é ser feliz em tempos de guerra, num mundo ameaçado pelo avanço das mudanças climáticas e recém-saído de uma pandemia? Para a ONU, o relatório se baseia na avaliação que as pessoas fazem de sua felicidade, bem como em dados econômicos e sociais. O documento leva em conta seis fatores principais: ajuda social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção, segundo as Nações Unidas.

A proximidade com a natureza e um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal são fundamentais para a satisfação dos finlandeses, declarou ainda Jennifer De Paola, pesquisadora especializada nessa área na Universidade de Helsinque. Os finlandeses talvez tenham uma "compreensão mais acessível do que é uma vida bem-sucedida", em comparação com os Estados Unidos, por exemplo, onde o sucesso é frequentemente associado a ganhos financeiros, acrescentou.

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Curiosidades

Entre as curiosidades do ranking, os Estados Unidos e a Alemanha não estão entre as 20 nações mais felizes pela primeira vez em mais de 10 anos, ficando respectivamente em 23º e 24º lugar. Além disso, a Costa Rica e o Kuwait entram no top 20 em 12° e 13° lugar. E nenhum dos países mais populosos do mundo aparece entre os 20 primeiros colocados. A França caiu cinco posições em relação à 2023, ficando em 27º lugar. A China é 60ª.

Embora os dez principais países do ranking permaneçam praticamente inalterados, houve muito mais movimentação entre os vinte primeiros. As pontuações de felicidade são baseadas nas populações residentes em cada país, e não em sua cidadania ou local de nascimento.

A partir do Relatório sobre a Felicidade Mundial de 2018, os organizadores do documento começaram a dividir as respostas entre as populações locais e as nascidas no exterior em cada país, e descobriram que as classificações de felicidade são essencialmente as mesmas para os dois grupos.

Houve algum efeito residual após a migração e alguma tendência de os migrantes se mudarem para países mais felizes, de modo que, entre os 20 países mais felizes desse relatório, a felicidade média dos nascidos localmente foi cerca de 0,2 ponto maior do que a dos nascidos no exterior.

Millennials do novo mundo em baixa

A confiança nas instituições, a baixa corrupção e o livre acesso à saúde e à educação também são fundamentais. "A sociedade finlandesa está imbuída de um senso de confiança, liberdade e um alto nível de autonomia", disse a especialista.

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O relatório anual também destaca um sentimento de felicidade mais forte entre as gerações mais jovens do que entre as mais velhas na maioria das regiões, mas não em todas. O índice caiu drasticamente entre 2006 e 2010 entre as pessoas com menos de 30 anos na América do Norte, Austrália e Nova Zelândia, e agora está mais baixo do que entre as pessoas mais velhas nessas regiões.

Por outro lado, ele aumentou em todas as faixas etárias no Leste Europeu no mesmo período. A diferença entre as gerações aumentou em todo o mundo, exceto na Europa, o que é considerado "preocupante" pelos autores do relatório.

*Com AFP

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