Imagem de tórax cheio de larvas viraliza; o que é cisticercose disseminada?
A imagem de um tórax infestado de larvas viralizou no Twitter, no domingo (16). A radiografia, publicada pelo médico generalista Vitor Borin de Souza, mostra um caso de cisticercose disseminada, que é quando os cisticercos, larvas do verme Taenia solium (popularmente conhecida como solitária), se espalham pelo corpo.
O indivíduo pode adquirir cisticercose a partir da ingestão de ovos de T. solium, presentes em água e alimentos contaminados com fezes humanas infectadas, sobretudo verduras cruas, ou por autoinfecção, por meio das mãos e roupas contaminadas com as próprias fezes. Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas (SP)
O registro assusta. No caso em questão, porém, os parasitas estão mortos (e calcificados), e não há necessidade de intervenção, explica Weissmann.
Na cisticercose disseminada, os cisticercos conseguem atingir o corpo inteiro. Eles chegam em especial aos músculos, aos olhos e ao cérebro (o último caso, chamado de neurocisticercose, é uma complicação grave da doença).
Segundo Weissmann, a cisticercose disseminada acomete sobretudo pessoas imunossuprimidas —aquelas com sistema imune frágil.
Sintomas
Os sintomas dependem do avanço dos cisticercos. Mas em pessoas com o quadro disseminado da doença, os principais sinais são:
- Convulsões;
- Demência;
- Aumento dos músculos e caroços na pele que podem ficar sensíveis.
A tosse persistente, queixa da pessoa que viralizou no Twitter, não tem relação direta com a doença. "Foi um achado, sem relação com o caso em questão", afirma Leonardo Weissmann, também professor da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) - Campus Guarujá e diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
Como tratar?
O tratamento é com medicamentos antiparasitários, para reduzir o número de parasitas no hospedeiro.
A infestação é capaz de desencadear um processo inflamatório intenso no paciente. Então, medicações corticosteroides ajudam a reduzir essa resposta.
No caso em questão [que viralizou no Twitter], não há indicação de tratamento, porque se visualizam somente lesões calcificadas. Nelas, os parasitas estão mortos e não há recomendação para a terapia antiparasitária. Leonardo Weissmann