Professora de ioga acha mofo em casa; fungo oferece sérios riscos à saúde
Giulia Granchi
Do VivaBem, em São Paulo
11/04/2021 15h52
A professora de ioga sueca Rachel Brathen, também conhecida como Yoga Girl, descobriu que alguns dos problemas de saúde que ela estava enfrentando foram causados devido a presença de mofo em sua casa.
O mofo é um fungo que vive em locais escuros e úmidos. Sua presença indica que o local tem grande umidade, o que pode causar a proliferação excarcerada de outros microorganismos, como o ácaro. Na residência da professora, o fungo estava atrás das paredes e por isso, não era facilmente notado.
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Tosse, eczema, problemas de sinusite, fadiga e desequilíbrio endócrino foram alguns dos quadros citados por Rachel.
Mauro Gomes, médico pneumologista chefe de equipe de Pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo, aponta que é possível que o fungo tenha causado os problemas respiratórios na esportista. O mofo também pode desencadear asma e provocar dermatites.
Mas principal risco, de acordo com Gomes, é a pneumonia por hipersensibilidade — do qual Rachel provavelmente conseguiu se proteger a tempo, descobrindo que a condição em que a casa se encontrava.
"Trata-se de uma doença muito grave, que se não identificada, leva à fibrose do pulmão, uma condição irreversível pela qual a pessoa perde a capacidade respiratória. Pacientes com o quadro precisam usar cilindro de oxigênio e podem precisar de transplante", diz.
"Às vezes o mofo é visível, outras vezes não. Pode dar para sentir o cheiro, mas às vezes quem mora em um ambiente assim se acostuma com o odor", diz Mauro.
Em seu Instagram, Rachel disse que passou 20 minutos em seu carro chorando com a experiência. "Estranhamente são anos de alívio porque consegui a afirmação de que não sou eu; não está na minha cabeça, parece que estou respirando fundo há muito tempo."
Controle do ambiente é o mais importante
De acordo com o médico alergista Marcello Bossois, é possível diagnosticar se o paciente está sensível a fungos — o que pode indicar a presença deles nos ambientes — com um teste de punctura, também conhecido como "Prictest".
"Um alergista ou imunologista é capaz de realizar diagnóstico e começar a tratar o paciente, mas o mais importante é que haja o controle de ambiente", aponta Bossois, que é pesquisador na Universidade Laval, no Canadá, e coordenador técnico do Projeto Brasil Sem Alergia.
A dica do alergista é redobrar a atenção em ambiente naturalmente úmidos, como residências perto de praias.
"Algumas ações que ajudam é pintar as paredes com tinta antimofo, comprar móveis impermeáveis ou proteção para eles (um plástico grosso fechado com fita já basta) e realizar a limpeza com frequência."
Sinais de que você pode estar convivendo com o mofo
- Espirros e tosse e crises de asma frequentes sem causa aparente
- Cansaço e falta de ar
- Cheiro forte
- Manchas escuras nas paredes, móveis e roupas